Dois em Um: Scoop – O Grande Furo

Melhor que um post são dois. Ou dois em um. No caso idéias de 2t e minhas (João pra quem não conhece), sobre determinado filme. A intenção não era criar mais uma “coluna”, mas é inevitável: vez ou outra veremos neste querido blog opiniões (controversas ou não) sobre algum filme em comum, proferidas por estes dois pseudo-críticos cinematográficos. Começando por este de Woody Allen… Vejamos se conseguem distinguir as falas de ambos…
 

(Scoop) De Woody Allen. Com: Scarlett Johansson, Hugh Jackman, Woody Allen, Ian Mc Shane
 
O ator Hugh Jackman não se resume ao seu papel como Wolverine. Esperto, sabe dosar bem as suas escolhas antes de encarar um novo filme e possivelmente, mesmo que o mutante seja seu personagem mais conhecido, dificilmente sofrerá o mesmo que Mark Hamil (Star Wars) ou Christopher Reeve (Superman) sofreram. Prova disso é Scoop, produção escrita e dirigida por Woody Allen (Vicky Cristina Barcelona) em 2006. A belezinha estonteante Scarlett Johansson (The Spirit e Vicky Cristina Barcelona) marca presença como uma jovem jornalista que se apaixona por um suposto serial killer (o personagem de Jackman).
 
O ponto alto dos filmes de Allen são os personagens complexos e os dialogos de alto nível. Em Scoop o próprio Allen interpreta um mágico que provavelmente sofre da síndrome de Tourette e passa a soltar uma perola atrás da outra em suas cenas. Destaque para a cena em que ele se sente incomodado com a ideia de apertar a mão de Jackman na piscina e para as diversas vezes em que ele elogiou as pessoas que estavam assistindo seus truques com cartas.
 
O problema é que Scoop nunca surpreende, e o que sê vê, é mais um Allen médio (ou até mesmo menos que isso). É fato que quando lançado, a espectativa sobre o filme era grande, já que Match Point obteve sucesso tanto de crítica como de público. Ou seja: há grandes chances de frustrações pra quem é fã do diretor. O personagem de Woody soa, na maioria das vezes, desnecessário; Scarlet é linda, mas um alter-ego feminino do diretor não funciona sempre tão bem (exceto quando interpretado por Mia Farrow ou Diane Keaton); apenas Jackman parece se salvar como o sedutor provável assassino.
 
O problema não é a história nonsense (o que não é problema nenhum em se tratando de um diretor que fez Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar), mas sim o fato de que o roteiro é fraco, indigno de alguém como Allen. Sem falar no humor que quase nunca funciona. Não que Allen seja um daqueles diretores de se dar gargalhadas (como eu já havia dito no post sobre Hannah e suas Irmãs), mas é uma comédia poxa! A única parte realmente divertida, na minha opinião é aquela em que ele, sem querer, ofende a mãe de Sondra, personagem de Johansson.
 
É isso. Vale um exemplo de que, nem todo gênio tem uma carreira necessariamente regular. Mas nada que faça com o que seu talento seja questionado. Afinal de contas estamos falando de Woody Allen! Agora é só aguardar seu novo filme, novamente rodado em Nova Iorque, Whatever Works