Crítica: Do Outro Lado da Porta (2016)

poster do outro lado da portaO Cinema de Buteco adverte: o texto a seguir possui spoilers e deverá ser apreciado com moderação.

JÁ TIVEMOS DOIS GRANDES FILMES DE TERROR EM 2016, A Bruxa e Invocação do Mal 2. Do Outro Lado da Porta (The Other Side of the Door, 2016), de Johannes Roberts, infelizmente não entra no pacote de destaques do gênero. Talvez seja por meu nível de exigência estar alto demais depois de duas produções incríveis, mas a verdade é que fiquei decepcionado.

Apenas pelo cartaz e trailers já dava para criar uma certa expectativa de que se tratava de um tradicional filme de terror cheio de jump scares baratos e roteiro bobinho. Minha expectativa não foi frustrada e o longa-metragem se revelou quase que exatamente o que eu esperava. Ele só não é tão ruim quanto parecia.

A trama apresenta uma mãe (Sarah Wayne Callies) traumatizada depois da morte do filho mais velho num acidente de carro. Desesperada para tentar se recuperar, ela vai parar num templo abandonado no meio do mato para se comunicar uma última vez com o filho e se desculpar. A única regra era que ela não poderia abrir a porta do templo para falar com ele, mas adivinhem…

O clima de Do Outro Lado da Porta é envolvente. Os sustos não são gratuitos e a evolução da trama acontece naturalmente. O grande defeito é não ser original e nos fazer sentir que já assistimos aquilo antes. A atuação de Sarah Wayne Callies, mais conhecida por Prison Break e The Walking Dead, é eficiente e dentro das suas limitações. Outra atriz mais talentosa certamente não conseguiria fazer o suficiente para tornar o longa memorável. Ela vive uma mãe cheia de cicatrizes emocionais e que percebe que precisa tomar atitudes antes que seja tarde demais. Pena que o roteiro não é nada inspirado.

O ponto alto está nos índios místicos que começam a seguir a protagonista. O filme nos faz sentir, inicialmente, que eles são criaturas ameaçadoras justamente por causa do seu visual “rústico” e o fato de ficarem parados apenas observando. Logo descobrimos que eles são protetores que tentam evitar o pior.

O que mais me irrita nesse tipo de filme de terror enlatado é sua previsibilidade. Não é surpresa para ninguém descobrir que o desfecho caminha para uma repetição de tudo que assistimos. É como se os responsáveis pela obra subestimassem a nossa inteligência ao serem preguiçosos (para não dizer incompetentes) e fugirem do comum.

O diretor até acerta na construção dos sustos e do desenvolvimento da narrativa, mas a obra não consegue se destacar e chamar a nossa atenção. Indicado para fãs de filmes de terror bobos em que você simplesmente assiste para passar raiva e reclamar depois.