Crítica: Hush – A Morte Ouve (2016)

IMAGINE COMO SERIA UM FILME DE SUSPENSE COM UM PSICOPATA INVADINDO A CASA DE UMA PESSOA SURDA. Tenso, né? Pois é essa a premissa do thriller Hush. A protagonista é uma escritora que teve um acidente na juventude e perdeu a sua audição. Numa noite como outra qualquer, ela passa a ser aterrorizada por um assassino mascarado.

Escrito e dirigido por Mike Flanagan, Hush se destaca pela simplicidade. Além da protagonista Madie (Katie Seagal, que divide os créditos do roteiro com o diretor), temos o assassino, uma garota que aparece pelo Skype e um casal. O roteiro também não é lá muito diferente do que se vê por aí no gênero, mas é o diferencial de ter uma personagem surda fugindo de um assassino que chama a atenção.

Esse pequeno detalhe transforma toda a história. Ficamos angustiados por Madie não ouvir absolutamente nada e não perceber sua amiga sendo assassinada do lado de fora de casa, depois de gritar por ajuda inúmeras vezes. A deficiência da protagonista cria momentos de muita tensão, em que nós simplesmente colocamos a mão no queixo e torcemos para que o pior não aconteça.

O roteiro está longe de ser perfeito. As motivações do assassino ficam no ar e algumas ações dos personagens soam infantis, mas existe um momento inspirado no qual Madie conversa com si mesma sobre as suas possibilidades de escapar daquela situação e cria diversos finais em sua cabeça. Curioso o paralelo que essa cena com a dificuldade que a personagem enfrentava para encerrar o seu próximo romance.

Hush é um prato cheio para fãs do gênero interessados em boas novidades e produções capazes de nos deixar sem ar. Com certeza estará presente em nossos rankings de melhores no final do ano. Aguardem! O filme foi lançado diretamente pela Netflix e está disponível para todos os assinantes do serviço de streaming.