X-Men: Primeira Classe

AS PESSOAS COSTUMAM TER UMA GRANDE CURIOSIDADE ou até necessidade de saber como certas histórias começaram. As chamadas prequels ganharam força com o passar dos anos, especialmente após George Lucas lançar uma trilogia que se passava antes dos eventos apresentados na trilogia original de Star Wars. Existem vários outros exemplos, a maioria sem muita qualidade para superar o original. X-Men: Primeira Classe , de Matthew Vaughn, é um raro caso em que a pré-sequência é tão boa que supera todos os filmes anteriores. Ou seriam vindouros?

O primeiro ponto para se ressaltar no novo filme dos mutantes é que ele sobrevive sem Hugh Jackman, também conhecido como Wolverine. O baixinho revoltado é o coração de tudo que gira em torno dos X-Men. Muitos questionaram a capacidade de Vaughn de conduzir um filme sem um dos personagens mais importantes do universo dos discípulos de Charles Xavier, mas a curiosidade por um filme que mostrasse como foi que Magneto se transformou no mutante mais perigoso do mundo falou mais alto.

Dos personagens clássicos, ou que também marcam presença nos três filmes originais, apenas o Professor X (James McAvoy), Mística (Jennifer Lawrence), Magneto (Michael Fassbender) e o Fera (Nicholas Hoult) dão as caras, mas são bem diferentes do que foi visto anteriormente. Durante a sequência do recrutamento é possível identificar alguns mutantes clássicos, mas nada que seja essencial para a trama.

Primeira Classe apresenta um jovem (e galanteador) Xavier, prestes a se formar e a descobrir mais mutantes espalhados pelo mundo. Do outro lado da moeda, Sebastian Shaw (Kevin Bacon) desperta toda a fúria de um jovem judeu alto, pálido e magro, ao matar sua mãe. Os anos passam e Erik se torna decidido a encontrar o homem que lhe tirou tudo. Seu caminho se cruza com o de Charles e ambos unem forças para lidar com um inimigo em comum. Tudo isso resulta na primeira formação da equipe de mutantes mais amada do cinema e das histórias em quadrinhos.

Outro destaque da produção é a performance arrebatadora de Fassbender. Todo o elenco está ótimo, claro, mas X-Men: Primeira Classe seria um filme menor se não fosse pelo magnetismo do ator, que consegue ser versátil ao ponto de transitar entre a ação e o drama (as relações pessoais do personagem são tão profundas que renderiam um filme facilmente. bem ao contrário da infância de Xavier) com a mesma intensidade e dedicação. Kevin Bacon está surpreendente na pele do vilão, que nas poucas vezes que aparece, mostrou que seria um inimigo poderoso e inteligente.

Com a dosagem correta de humor (a sequência em que Xavier e Magneto tentam recrutar mutantes é hilária; aliás, após a inclusão de um grupo de adolescentes sem o menor controle sobre os seus poderes, o filme abandona um pouco do excelente teor adulto dos primeiros minutos), drama e sequências de ação, não é a toa que o filme surgiu como o grande destaque da temporada 2011. O diretor criou uma atmosfera que conseguiu ser atraente para o público já iniciado (que irão se deliciar com as surpresas) e também para os que desconhecem o universo dos X-Men. 

Título original: X-Men: First Class
Direção: Matthew Vaughn (Kick-Ass)
Produção: Gregory Goodman
Simon Kinberg
Lauren Shuler Donner
Bryan Singer
Roteiro: Ashley Edward Miller
Zack Stentz
Jane Goldman
Matthew Vaughn
Elenco: James McAvoy (O Procurado)
Michael Fassbender (Bastardos Inglórios)
Rose Byrne (Star Wars Episódio II – Ataque dos Clones)
Oliver Platt (2012)
Kevin Bacon (Footlose)
Jennifer Lawrence (Inverno da Alma)
Lançamento: 03/06/2011
Nota: