Crítica: In the Deep (2016)

poster-in-the-deepJOHANNES ROBERTS COMANDA O EXCELENTE THRILER IN THE DEEP. O curioso é olhar para o passado do cineasta e notar que ainda em 2016, ele foi o responsável pelo fraco Do Outro Lado da Porta. Fica aquela sensação engraçada de ter detestado um filme e amado o outro.

O longa-metragem apresenta uma história bastante simples, o que facilita para potencializar o resultado final da narrativa. Temos duas irmãs numa viagem de férias no México. O que deveria ser um simples mergulho em alto mar, se transforma num verdadeiro pesadelo depois que ficam presas no fundo do mar na companhia de tubarões famintos.

In The Deep é provavelmente o primeiro (e único) filme de tubarão motivado por um fim de relacionamento. OK, alguém pode dizer que Mar Aberto (Open Water, de Chris Kentis) é sobre problemas de um casal e lavação de roupa suja em alto mar, mas é beeeem diferente. Lisa (Mandy Moore) decide mergulhar porque o namorado a achava chata e decidiu terminar. Para provar que podia ser legal, a moça faz um mergulho. Ou seja, por causa de um babaca qualquer, Lisa viveu momentos de pesadelo com a chance enorme de virar comida de peixe.

Talvez seja pela mão de Alexandre Aja na produção, mas Roberts demonstra qualidade para criar situações de tensão para deixar o seu público apreensivo em diversas sequências. Pode ser por trabalhar num ambiente fechado, que geralmente possibilita uma limitação sadia para o desenvolvimento de narrativas assim, mas o fato é que o cineasta surpreende positivamente depois de entregar um dos piores filmes do ano (Do Outro Lado da Porta).

Concorrendo diretamente com Águas Rasas, de Jaume Collet-Serra, In the Deep é um dos grandes filmes de tubarão lançados nos últimos tempos. Como fã desse tipo de produção, confesso ter uma preferência especial pelo trabalho de Roberts. Independente de ter menos recursos técnicos, a obra funciona mais para quem busca se envolver e mergulhar numa aventura claustrofóbica aterrorizante.