Garota Interrompida

garota interrompida

Em 1967 se você fosse diferente, se tentasse o suicidio, se tivesse alucinações ou se tivesse transtorno bipolar, você não iria para as sessões de terapia. Com certeza iria direto para um hospital psiquiátrico. Principalmente se você tivesse condição financeira para isso. E foi exatamente o que aconteceu com Susanna Kaysen, personagem de Winona Ryder, em Garota Interrompida.

Lisa foi diagnosticada como vítima de Transtorno de Personalidade Limítrofe (ou borderline) logo após uma tentativa frustada de suicídio e acaba indo para Hospital Psiquiátrico Claymoore, conhecido por internar várias “celebridades”. Lá ela conhece pessoas fantásticas, como a doce Polly ‘Torch’ Clark, que queimou seu próprio rosto com gasolina para evitar que sua mãe desse seu cachorro e Janet Webber, anoréxica irresistivelmente inteligente. Mas não são somente estas pessoas com quem ela se relaciona.

O grande destaque do filme é a sociopata Lisa Rowe, interpretada por uma sexy Angelina Jolie. Lisa foge, volta, leva choque, manipula todo mundo, sabe exatamente o que falar para ferir a pessoa (tanto que acaba incentivando o suicidio de Daisy Randone, uma garota viciada em laxante e frangos, e que foi abusada sexualmente pelo pai. Melhor interpretação da carreira de Brittany Murphy). Lisa é livre, faz o que quer e é por isso que atrai tanto a personagem de Winona, criando um laço complexo entre as duas. O laço se ata tanto que Valerie Owens, enfermeira calma interpretada por Whoopi Goldberg, acaba lembrando sempre que pode que Suzanna não é louca.

Suzanna também é sexy, mas não possui ânimo para entrar numa faculdade, manter um relacionamento ou de viver. E durante o período de 2 anos que ficou no “manicômio”, acaba aprendendo a se reencontrar. O filme é pesado, quase todas as frases são quotes memoráveis e todos os diálogos convidam o espectador a refletir. Nada é em vão. E é essa a moral mais preciosa desta história. Se Suzanna não fosse internada naquele hospital, não conheceria aquelas meninas e não pensaria sobre a vida que estava levando e provavelmente não escreveria o best seller que originou este filme que marcou muita gente (esta história é real, a Suzanna realmente existiu e adivinhe, ela não curtiu o filme.).

Só para terminar, Angelina Jolie ganhou o Oscar de melhor atriz, em 1999. Merecidissimo, um papel memorável para alguém que hoje em dia se contenta em adotar milhões de crianças e fazer filmes esquecíveis de ação.