As melhores séries de 2016

A TELEVISÃO TEVE MAIS UM ANO DE ATRAÇÕES MARCANTES QUE CHEGARAM ATÉ A OFUSCAR O CINEMA. Séries como American Crime, Stranger Things e Westworld foram tremendos sucessos e deram muito o que falar nas redes sociais. O retorno de Black Mirror, desta vez de casa nova na Netflix, também foi muito citado pela nossa equipe. O que não faltou foi material para a gente apresentar nesse ranking com as melhores séries de 2016.

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Aprecie sem moderação!

Menção honrosa: Making a Murderer

Ainda que tenha sido lançada em 18 de dezembro de 2015 pela Netflix, Making a Murderer se destaca em 2016 por dois motivos: 1) o Cinema de Buteco estava ocupado demais fazendo listas em dezembro; 2) a série só caiu no gosto do público a partir de janeiro. Esclarecido isso, a produção dividida em 10 episódios acerta em cheio ao mostrar exímio controle da arte de criar uma história e incluir elementos básicos como heróis, vilões e deixar o telespectador refletindo sobre cada acontecimento apresentado. Se você gostou de The Jinx, Making a Murderer é obrigatória!

16- This is Us

O novo drama da NBC, a série This is Us, é uma das melhores estreias desse ano e vem sendo sucesso de crítica e público. A série protagonizada por nomes como Milo Ventimiglia, Mandy Moore e Sterling K. Brown retrata a história de pessoas que compartilham a mesma data de aniversário. São historias que se entrelaçam, com cada um vivendo momentos únicos de suas vidas e lutando com dilemas como perda, autoaceitação, perdão e superação, mas tudo com muita leveza e humor.

A série possui muita sensibilidade em seu roteiro, direção competente e atuações inspiradas de todo o elenco, mas sem apelar para o sentimentalismo barato. Fato é que o primeiro episódio da produção nos deixa com sensação de ter assistido um filme de tão bem escrito. Indicada como melhor série de drama pelo Globo de Ouro, This Is Us é uma produção com grande potencial. (Peterson Moreira)

15- Demolidor

Em sua segunda temporada Demolidor consegue corrigir alguns pequenos erros do primeiro ano da série e se consolida em aspectos fortes que ela tem de melhor, trazendo uma abordagem mais madura, com uma narrativa mais segmentada e concentrada somente no necessário.

A nova temporada teve como mérito principal trazer personagens fortes sem basicamente alterar a narrativa. Um exemplo disso é a presença de Justiceiro (Jon Bernthal) e Elektra (Elodie Yung) na história. Eles possuem uma conduta moral que entra em conflito com a postura do próprio Demolidor e está presente desde a primeira temporada: matar ou não seus inimigos? Uma linha tênue que o Demolidor ainda não achou um equilíbrio. O único problema da temporada foi em manter a história acesa durante todos os episódios, pois em alguns momentos a qualidade da narrativa ficou comprometida. Apesar disso, a qualidade técnica e visual da série se sustentou fantasticamente e esperamos que no próximo ano nosso herói das ruas de Nova York mantenha o mesmo nível de produção que vem demonstrando até aqui. (Peterson Moreira)

14- Roadies

O cineasta responsável por Quase Famosos, um dos meus filmes favoritos de todos os tempos, trocou o cinema pela televisão para contar uma história sobre um grupo de roadies em turnê com uma banda. Assim como Quase Famosos, fica evidente que Crowe decidiu voltar a falar daquilo que entende mais e que o consagrou: a música.

Bem. Roadies não foi bem de audiência e muito menos de crítica. Eu provavelmente fui um dos poucos que escreveram sobre a série elogiando, mas o que vocês leram logo acima, anula a minha opinião. Enquanto todos lamentavam o fracasso de Vinnyl, da HBO, eu preferi dedicar minha atenção para um trabalho humilde e leve do senhor Cameron Crowe. Talvez a série não seja lá grandes coisas mesmo, mas eu não conseguiria deixar de falar dela aqui.

13- Outcast

Outcast é a tão falada série de terror comandada por Robert Kirkman, criador de The Walking Dead. Assim como o universo dos walkers, o material é baseado numa HQ. A diferença é que enquanto TWD apenas flerta com o terror, Outcast é inteiramente focada nesse gênero. Para ser mais específico, é uma série sobre exorcismos, possessões demoníacas e a eterna luta do bem contra o mal.

12- Arquivo X

Ficou claro que essa décima temporada de Arquivo X tinha os objetivos de saber se a série ainda mantinha fãs suficientes e se poderia arrendar uma nova audiência. Isso fica explícito ainda mais, quando observamos que foram feitos apenas seis episódios. Era como um teste. E que deu certo. De acordo com a FOX, só os dois primeiros episódios somaram mais de 50 milhões de espectadores ao redor do mundo e o programa deve ser renovado. (Geraldo de Fraga)

11- The Crown

Com House of Cards dando indícios de estar perto do fim, a Netflix resolveu apostar em outro drama político, dessa vez no Reino Unido. The Crown, criada por Peter Morgan (A Rainha) e produzida por Stephen Daldry (Billy Elliot, As Horas), apresenta o início do reinado de Elizabeth II e todos os percalços em seu caminho como uma monarca de apenas 25 anos, sem experiência com o Trono.

A série tem o mérito não só de representar a época com precisão excepcional, tanto no roteiro quanto na produção (o maior orçamento da Netflix até agora), mas também de contar com o brilhantismo de atores de extraordinária competência, como Claire Foy, que interpreta Elizabeth com firmeza e segurança, Matt Smith, surpreendendo pela versatilidade ao interpretar o muitas vezes amargo Príncipe Philip, e John Lithgow, que entregou mais uma de suas muitas performances magistrais, dessa vez como Winston Churchill, papel que lhe rendeu o Critics Choice e que o coloca como um dos favoritos no Globo de Ouro na categoria Ator Coadjuvante em Série Dramática. (Lucas Victor)

10- Better Call Saul

A segunda temporada aprofunda na caracterização dos personagens principais e a trama se complica. Mas o que fica cada vez mais claro é que esta não é uma série sobre advocacia, nem tráfico de drogas, nem tampouco ética. Esta é uma série sobre a relação de inveja e admiração entre dos irmãos. (Leonardo Lopes Carnelos)

9- The Walking Dead

O sexto ano da série incomodou muito pelos excessos de cliffhangers ao longo da sua metade inicial. Felizmente, quando a série retornou para finalizar a temporada, tivemos uma grande sequência de eventos arrepiantes até chegarmos naquela sufocante season finale em que Negan surge e mata um dos sobreviventes de Alexandria. Poderia ter sido o melhor ano de TWD, mas a necessidade dos produtores em fazer hora com a nossa cara prejudicou o desenvolvimento da trama.

8- American Crime Story

A nova antologia do canal FX pretende a cada temporada tratar de crimes polêmicos que aconteceram nos Estados Unidos. A primeira temporada de American Crime Story abordou o julgamento envolvendo o ex-atleta de futebol americano O.J. Simpson (Cuba Gooding Jr.). Um dos grandes acertos da série está em sua direção, encabeçada por Ryan Murphy e também no roteiro bem conciso, que busca ser fiel aos fatos reais do caso. Murphy impôs um tom único para a série mesclando o estilo de direção dos anos 90 com tomadas de câmera e ângulos mais contemporâneos. A fotografia, cenografia e figurino também são outros pontos altos da produção. Além disso, tivemos atuações extremamente convincentes, como a de Sarah Paulson, que brilhou na pele da promotora Marcia Clark. Sem dúvida alguma American Crime Story figura entre as melhores coisas que tivemos na televisão em 2016. (Peterson Moreira)

7- Black Mirror

As duas primeiras temporadas de Black Mirror, exibidas originalmente no canal britânico Channel 4, são uma amostra perfeita do que a TV atual tem a oferecer de melhor. Chamada por muitos como a Twilight Zone do século XXI, a série nos apresenta situações onde o avanço da tecnologia intensifica o potencial do ser humano de promover o caos e a auto-destruição, sendo apresentadas para o público de forma crua, visceral e incômoda.

A 3a temporada da série, agora produzida pela Netflix, apresentou uma diversidade maior de temas e abordagens, mas infelizmente diminuindo o incômodo e a visceralidade, o que tornou a série menos impactante do que era antes, mas ainda assim mantendo a qualidade do roteiro, e firmando Black Mirror como uma das mais relevantes séries de TV de todos os tempos. (Lucas Victor)

6- Stranger Things

A série mais comentada de 2016 foi Stranger Things. Absolutamente tudo era motivo para ser discutido pelo Twitter, Instagram e/ou Facebook. Ao lado de Batman vs Superman, a série certamente venceria qualquer premiação baseada em popularidade.

Pena que no Cinema de Buteco não basta ser pop para merecer as primeiras posições em nossos rankings. Ainda que a quantidade absurda de referências cinematográficas pudesse ser usada como uma justificativa cabível, a verdade é que Stranger Things é uma excelente série, com uma trilha sonora altamente inesquecível (clique aqui para ouvir) e um elenco de jovens atores apaixonantes, mas que possui as suas limitações. De hype, já basta o nosso primeiro lugar…