P.S. Eu Te Amo

Evitei a todo custo assistir o filme, pra não perder minha reputação de durona e me transformar na chorona do ano. Mas uma hora eu tinha que ceder, e os momentos oportunos sempre surgem, não é mesmo?

Acontece que: não chorei. Várias pessoas sugeriram caminhões de lenços de papel, falaram que já nos primeiros 15 minutos de filme a choradeira começa, olhos inchados, mas… nada! Aguardei os tais momentos tristes, e eles não me pareceram tão tristes assim. Antes de você me acusar de insensível e etc, também fiquei assustada com essa secura. Hahahahaha. Talvez não seja esse tipo de coisa que me comova. Talvez por desperdiçar lágrimas com algo que não valeu a pena, a fonte tenha secado. Hahaha.

Mas falando do filme em si: lindo. A história não poderia ser mais comovente, atraente, daquelas que te prendem do início ao fim. E te fazem pensar nos seus próprios relacionamentos. O que você poderia ter feito de diferente? Será que se tivesse corrido atrás antes, as coisas teriam sido diferentes? Vale tudo no amor e na guerra? Dá pra lutar contra o destino? Dá pra comparar um amor perdido por um amor deixado? São tantas perguntas sem respostas…

Gerry (Gerard Butler) é o cara que todas nós, mulheres, sonhamos em ter. Apaixonado, comprometido, devotado, e não de uma maneira grudenta. Seu amor altruísta só mostra que homens assim definitivamente só existem no cinema. Holly (Hilary Swank) é a sortuda que só percebe isso de verdade quando perde. É assim na vida real, o tal “só dá valor quando perde”.

Pessoas importantes infelizmente não podem estar conosco sempre. Algumas se vão pra sempre, outras se vão pra longe, outras se vão porque simplesmente seguem seu caminho sem você. Aquelas perdas em que você tem certeza que não irá suportar. Dói demais. Por um bom tempo, foi só isso que Holly conseguiu sentir. Um vazio tão sufocante, tão angustiante, tão insuportável que beirava à insanidade.
Mas Gerry não a deixou sozinha, e essa é a magia do filme. Alguém ali, sempre do seu lado, cuidando para que você não fique louca sem ela, para que você siga em frente, afinal, a vida continua. Existirá um ser tão evoluído assim? Que deseje sua felicidade acima de tudo, mesmo que não seja do lado dele?

Acho que todos já perdemos um amor, mesmo que não dessa forma trágica. Pensamos não aguentar viver sem a pessoa, temos certeza de que ela é perfeita, sua cara-metade, ou coisa parecida. Mas e antes dela, como vivíamos? Por mais que haja sintonia em tudo, algum dia seremos decepcionados e obrigados a fazer algo que não gostaríamos. Obrigados a escolher. A partir. A deixar. A não ser que você seja um Gerry ou uma Holly da vida…