O céu de Suely

O filme conta uma história comum na vida real. Aquele papo do marido que foi na esquina e nunca mais voltou.

Hermila volta de São Paulo à sua terra natal Iguatu(CE) com seu filho. A moça de uns 20 anos, ficaria longe do marido por um mês até que ele fosse ao seu encontro e do filho. O casal havia fugido da cidade há algum tempo e resolvera voltar. Mateus, o marido, não retornou junto com a família com a desculpa de que ainda haviam coisas a resolver. É. Mateus some sem deixar rastro nem notícias.
A moça, na intenção de sair daquele fim de mundo que não a agrada começa a vender rifas e juntar dinheiro. Até que ela tem a ideia de rifar algo diferente: seu próprio corpo. Como ela mesma diz: “puta trepa com todo mundo, eu só vou trepar com um cara”.

O filme é de uma ideia simples, mas de uma sensibilidade absurda. Muito real, não só pelo roteiro, mas também pelos atores, grandes atores. As atuações são incríveis. O sotaque perfeito.
Considero este filme machadiano, completamente. Por valorizar a força feminina, representar a mulher como ser independente, de garra. Apaixonante, o filme é apaixonante.

De Karin Ainouz (diretor de Madame Satã), com Hermila Guedes.


Também postado no Sessão Curuja.