Vicky Cristina Barcelona

Era terça feira, eu estava cansada, estressada, com mau humor, mal amada e ainda de TPM. Resolvi após um dia de trabalho matar aula e vagar pelas ruas de belo horizonte, mas antes de andar sem rumo, fui a lojas americanas comprar três barras de chocolates (sim! É aquela promoção 3 barras de chocolate Garoto por apenas 10 reauuu) e me entupir com elas.
Andando pelo shopping vi que o filme Vicky Cristina Barcelona estava em cartaz, e como estava ainda sem direção, resolvi assistir.
O Filme é maravilhosoooo. Lindo. Derreti no filme, nos chocolates, na trilha e principalmente no Javier Bardem (Hô Lá em casa). Bom, mas vamos para o que se trata o filme.

Vicky Cristina Barcelona acompanha duas amigas de férias na capital catalã. Vicky (Rebecca Hall) é centrada, prática. Cristina (Scarlett Johansson) é o oposto: impulsiva, meio-artista( rsrsrs). Em Barcelona, no verão, as duas visitam os cartões postais da cidade, vagueiam pelas ruas ensolaradas e numa noite conhecem Juan Antonio (Javier Bardem), um pintor que teve um divórcio conturbado da mulher, Maria Elena (Penélope Cruz), linda – e maluca.O encontro entre as garotas e Juan Antonio parece dizer ao público: “bem, agora sim elas chegaram a Barcelona”. Agora, sim, o filme começa. E é o que de fato acontece. Enquanto um personagem se questiona se o amor autêntico é o que dá sentido à vida, outro pergunta com afetação a um casal de amigos se eles têm idéia de quanto custa um tapete oriental.Como diria um especialista em metafísica transcendental que não acredita na conquista da Lua, o mundo pode ser dividido justamente assim. Entre os que querem saber o que dá sentido à vida e os que se importam verdadeiramente com o valor de mercado de uma bela tapeçaria.


Esse filme discute de forma irreverente os relacionamentos. Vale ate ressaltar uma piada que Woody Allen lembra no final do filme de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977). Um homem diz a um psiquiatra: “Doutor, meu irmão é maluco, ele pensa que é uma galinha”. O médico diz: “Então, porque você não o interna?”. Ao que Allen responde: “Bem, eu o internaria, mas acontece que preciso dos ovos”. À piada segue uma pequena, porém brilhante a reflexão: “Assim é como me sinto sobre relacionamentos, eles são completamente irracionais, malucos, absurdos, mas continuamos, insistimos porque a maioria de nós precisa dos ovos”. Absolutamente coerente com a “filosofia dos ovos”, depois de tantos anos esmiuçando os paradoxos do romance, Woody Allen ainda tem muito que dizer sobre a irracionalidade, a maluquice, os absurdos de um relacionamento amoroso.
Vicky Cristina Barcelona tem o mesmo conceito da piada mas o tratamento é outro. Há uma leveza maior sem, no entanto, banalizar ou simplificar as emoções dos personagens. Isso parece ser dito na abertura do filme. E é dito de forma alegre, quase descompromissada, graças à saltitante música-tema “Barcelona”, de Giulia & Los Tellarini, que pergunta: “Por que tanto perde-se/Tanto buscar-se/Sem encontra-se?”.

Enfim Vicky Cristina Barcelona é um dos filmes de verão mais charmosos dos últimos anos. E prova que não é preciso muita coisa para absorver a cidade, sua estética, seu espírito. A belíssima atuação de Penélope Cruz é indiscutível.

Há tenho que ressaltar que me deu muita vontade de conhecer Barcelona.

Vicky Cristina Barcelona -Vicky Cristina BarcelonaEspanha / EUA, 2008 – 96 minRomance / Comédia
Direção:Woody Allen
Roteiro:Woody Allen
Elenco:Rebecca Hall, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Javier Bardem, Christopher Evan Welch, Chris Messina, Patricia Clarkson, Kevin Dunn, Julio Perillán e Josep Maria Domènech

http://http://www.youtube.com/watch?v=2gzdYgtHw2w