Assalto ao Banco Central


CONFESSO QUE SEMPRE FICO NA EXPECTATIVA COM ESTREIAS DE FILMES DE BRASILEIROS. Ainda mais baseados em fatos reais e com uma história sempre retratada no cinema americano. Assaltos cinematográficos, gangues invencíveis, policiais investigativos a procura do grande ladrão e por ai vai!

Assalto ao Banco Central não é diferente. Inspirado em fatos reais: um roubo ao Banco Central de Fortaleza, CE em 2005, onde bandidos, por meio de um fantástico túnel, levaram R$ 164 milhões dos cofres públicos. Quem eram essas pessoas? E o que aconteceu com elas depois? Essas duas perguntas orientam a trama. Apesar de inspirado em fatos reais, o filme dirigido por Marcos Paulo, com argumento de Antonia Fontenelle e roteiro Renê Belmonte, é assim, digamos, uma versão meio light do que teria acontecido antes, durante e depois do inacreditável assalto. Então não é permitido acreditar que o assalto aconteceu realmente dessa forma e com aqueles personagens.

A história começa com Barão (Milhem Cortaz, de Tropa de Elite 1 e 2), um chefão do crime, bem relacionado, frio e inteligente, e sua “namorada” Carla (Hermila Guedes) ex-prostituta, idealizando o crime, e acompanha o passo a passo desde a reunião da equipe certa, ao planejamento. Para a execução do assalto cinematográfico a equipe precisa de um “relações publicas” mais conhecido por Mineiro (Eriberto Leão) um cara boa pinta, simpático que não tem cara de ladrão para rodar na pela vizinhança. Um engenheiro para projetar o túnel, Doutor (Tonico Pereira), a mão de obra e claro, um policial corrupto, Leo (Heitor Martinez).


A parte investigativa, à la Sean Connery e Starsky & Hutch, fica com Lima Duarte na pele do detetive Chico Amorim, e auxiliada por Telma (Giulia Gam). A equipe da Polícia Federal vai grampear telefones, fazer exames de DNA e seguir o faro de Amorim até achar os bandidos.

Assalto ao Banco Central apresenta trilha forte, tomadas rápidas e bons diálogos. Quanto ao enredo, os melhores momentos ficam por conta da reprodução da atuação dos bandidos ao executarem o túnel. Toda a engenharia envolvida, a logística para se livrar da areia e para transportar os sacos de dinheiro é maravilhosa.

Já a opção por alternar cronologicamente as ações dos bandidos e das posteriores investigações não gera o impacto, faltou mais timming.

Enfim, vale a pena ver o filme e sentir o gostinho de como poderia ter sido o assalto que ficou para história do País. Uma coisa é fato, esses ladrões devem estar com o ego inflado agora, né?!