Bruce Wayne observa a morte da família

Batman Begins

“I’ m Batman” -Batman

Sinceramente!? Nunca em nenhum filme antes, essa frase fez tanto sentido. A trilogia Nolan do Morcegão começa aqui!

Batman Begins, como já diz o próprio nome, é o começo dessa lendária obra prima que é a trilogia Dark Knight do Christopher Nolan, e como tal tem características bem específicas do que se propõe com a figura do cavaleiro das trevas.

O personagem de HQ Batman é considerado o personagem de quadrinhos mais popular do mundo. Sua história se inicia com a tragédia da morte de seus pais, que transforma o jovem Bruce Wayne, herdeiro da fortuna Wayne, em um vingador da justiça, que procura por meio de sua inteligência e aparatos tecnológicos combater o crime nas ruas de Gothan City, a cidade fictícia criada pela DC Comics para ambientar as aventuras do homem-morcego.

Essa introdução, que fora exaustivamente repetida em TODOS os filmes / seriados / desenhos / revistas do Batman, não podia ficar de fora dessa nova fase de filmes. Entretanto, Nolan mostra já, desde o começo que irá trabalhar de forma diferente do que já fora feito antes com o morcego, ele tem uma outra visão, uma visão mais realista que se coloca já no drama da construção do personagem. O jovem Bruce, além de ver os pais serem mortos, tem outra passagem significativa para a formação da sua psicopatia mascarada. Em uma cena de sua infância, ele cai em um fosso, nos subterrâneos da Mansão Wayne e é cercado de morcegos, símbolos clássicos do medo e da escuridão. Apoiado nesse tripé, Medo – Escuridão – Vingança, surge o defensor da justiça mais sombrio das HQs, antes mesmo dos Spawns e outros heróis “marginais”, o Batman já tinha a marca de ser um Cavaleiro das Trevas, usando o medo, a força e a inteligência para enfrentar o crime, sendo mesmo assim, um fora-da-lei.

Nolan pega bem esse gancho. Claramente influenciado pelas melhores HQs do morcegovs (Dark Knight e Ano Um), ele entende a profundidade e transpõe para o filme o que seria na realidade o vigilante no mundo moderno, tomando a liberdade de mudar algumas coisas da HQ, mas sem comprometer. Esqueça a Gothan estilosa de Burton, ou a megalomaníaca de Joel Schumacher, Nolan’s Gotham é escura, perigosa e fria. Antes tínhamos um playboy em roupas de kevlar com mamilos e máscaras com sobrancelhas, agora temos uma lógica real colocada sob o personagem. Seus problemas, passam pela possibilidade de usar uma armadura e mexer o pescoço, sob como planar sob a cidade (esqueça o “batrangue/batgancho” com cordinhas), e é claro, como ser assustador. Pois o Medo é a presença desse filme (e da trilogia).

Bruce Wayne, então jovem adulto é treinado pelo “Qui-Gon Jinn / Schindler” também conhecido como Liam Neeson, que no papel de Henry Ducard, treina nosso herói como um ninja assassino da Liga das Sombras. A mesma organização, se transforma em inimigo do Batman, quando seus planos passam a ser destruir Gotham City. Liderados pelo (lendário) Vilão Ra’s Al Ghul, os ninjas da Liga das Sombras atacam Gotham e colocam o playboyzinho pra suar a máscara.

Falando em vilões, o Batman sempre teve os melhores vilões das HQs. São todos doidos! E tanto é, que quando são pegos, eles vão pro Asilo Arkhan e não pra cadeia (ótimos advogados)! Nolan, ao utilizar o filosófico e fanático Ra’s aproveitou e já deixou bem claro que ali se iniciava um novo mundo. Evitando comparações com os vilões já usados, ele traz ainda o Espantalho, interpretado pelo “28 days laterCillian Murphy, que também não fora usado anteriormente, e abre bem esse caminho temático pelo medo, e o mafioso Falcone, mostrando que o crime não precisa ser feito por “Super-Vilões”.

As atuações, carregadas pela tentativa de transformar em realidade esse cenário, são excelentes. Desde o começo vemos a importância do Mordomo Alfred (Michael Caine) para os Wayne, temos o “escape emocional” da amiga/affair de Bruce, Rachel Dawes (personagem essa criada para o filme, e originalmente interpretada por Katie Holmes), e o lógico engenheiro da Corporação Wayne, Lucius Fox (Interpretado por Deus). Além disso, temos um comissário Gordon realmente inteligente (Gary Oldman) e um Bruce Wayne, que embora não seja o meu preferido, real, na excelência da interpretação de Christian Bale.

Por fim, posso dizer, que aqui se inicia uma lenda, a Lenda do Cavaleiro das Trevas.

Título original: Batman Begins
Direção: Christopher Nolan
Produção: Emma Thomas, Larry J. Franco Charles Roven<
Roteiro: Christopher Nolan – David S. Goyer
Elenco: Christian Bale, Michael Caine, Liam Neeson, Katie Holmes, Gary Oldman, Cillian Murphy, Morgan Freeman, Tom Wilkinson
Lançamento: 2005
Nota: