Oblivion

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OS FÃS DE FICÇÃO-CIENTÍFICA ESTÃO CHEIOS DE MOTIVOS PARA COMEMORAR EM 2013. Oblivion, de Joseph Kosinski (Tron: O Legado), é apenas um dos primeiros filmes de uma série sci-fi, que ainda terá Círculo de Fogo, de Guillermo del Toro; e Star Trek – Além da Escuridão, de J.J. Abrams. O longa-metragem estrelado por Tom Cruise, Morgan Freeman e Olga Kurylenko não decepciona. São diversas sequências de ação dignas da carreira de seu astro (claro que ele está correndo ou encontra uma maneira de ficar dependurado em alguma corda), além de citações a alguns clássicos do gênero.

Em uma Terra pós-apocaliptíca, Jack é um dos últimos sobreviventes e tem a séria missão de garantir a segurança e manutenção de equipamentos que garantem o funcionamento do planeta e das estações espaciais habitadas por humanos. A vida pacata de Jack e sua esposa, Vika, é alterada completamente com a chegada de uma outra sobrevivente, e os constantes ataques de uma impiedosa raça alienígena, que foram responsáveis pela destruição da Lua. Reparem o estado da coitadinha no fundo das belas cenas do sci-fi.

Assim como no recente Meu Namorado é Um Zumbi, a introdução de Oblivion é marcada por uma longa narração para (tentar) explicar o que está acontecendo para os espectadores. Dizem que começar com uma narração raramente é prenúncio de coisa boa, mas a impressão de estar prestes a assistir a algum episódio de uma série televisiva não me incomodou. O que me confundiu mesmo foi o protagonista se chamar Jack Harper, sendo que o trabalho anterior de Cruise foi em Jack Reacher. Ainda mais pelo contexto secreto do roteiro, o qual, apesar de ficar meio óbvio durante a metade do filme, não será discutido aqui.

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Mesmo se fosse ruim, o sci-fi teria garantido um lugar no meu coração justamente por dois motivos: “Ramble On”, do Led Zeppelin, no momento em que Jack se despede do planeta de uma maneira nostálgica; pela melhor cena de nudez de 2013, com a ruiva Andrea Riseborough. A atriz usa todo o seu charme para seduzir Tom Cruise e, em uma bela cena (de verdade), ela tira sua roupa completamente e entra na piscina. Sorte dele. E dos espectadores. Para não ser injusto com as leitoras, existe uma cena em que Cruise está tomando banho e ele faz uma pose de anúncio da Dove. Meio barango, mas há quem goste…

Já que estamos falando de pessoas, sugiro reparar na relação de dependência que Vika vive com Jack. Ela praticamente bufa de ódio quando Julia entra em cena, e deixa seu ciúme evidente durante o jantar com a “rival”. A insegurança da personagem a torna um dos detalhes mais interessantes do longa-metragem, especialmente pela boa atuação de Riseborough. Kurylenko, uma sósia mais nova da Catherine Zeta-Jones, não consegue mostrar que seu talento supera a sua beleza, mas aguardo ansiosamente pela próxima tentativa.

Além do ciúme de Vika, o roteiro tenta explorar um pouco das dúvidas de Jack entre seguir em frente ou continuar vivendo no planeta. Existe algo que desperta questões mais profundas na cabeça do herói, que (convenientemente) desconfia de que há alguma coisa errada nas atitudes dos “inimigos”. Após descobrir a verdade (que lembra o filme Lunar, de Duncan Jones), Reaper/Reacher/Harper/ precisa correr contra o tempo para garantir que sua amada poderá ter uma vida feliz depois do planeta ser salvo. De novo.

Não seria injusto considerar Oblivion como a versão live-action de Wall-e. Basta substituir o simpático robô por Jack, e a baratinha por Victoria. Eve se encontraria em Julia facilmente. Talvez seja um elogio forte demais para a obra, que ainda encontra tempo para fazer uma homenagem escancarada para 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. Aliando boas referências com uma trama de Sessão da Tarde empolgante, Oblivion acerta mais do que erra. Felizmente.

Trailer:

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Nota:[tres]