Filme: Pixels

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Gosta de músicas dos anos 1980? Ou de clássicos games como Donkey Kong e Pac-Man? E de filmes de ação com doses intensas de humor? Se você riscar pelo menos um desses itens, pode ver Pixels (EUA, 2015), de Chris Columbus, que a diversão é garantida. Por mais que o roteiro tenha falhas bizarras e alguns efeitos especiais que deixem a desejar, acompanhar a nova aventura de Adam Sandler vale o ingresso.

A história começa em 1982, quando um jovem Sam Brenner (Anthony Ippolito) participa de um campeonato mundial de jogos arcade, com apoio do melhor amigo, Will (Jared Riley). Ele chega à final e decide o título com Eddie Plant (Andrew Bambridge) em uma partida de Donkey Kong, mas acaba perdendo, algo que o afeta fortemente. Nos dias atuais, vemos Sam (Sandler) como instalador de softwares e Will (Kevin James) como o presidente dos Estados Unidos. Quando um misterioso ataque à uma base americana em Guantánamo acontece, o governo descobre que ele veio de forças alienígenas que querem destruir a Terra e Sam será a ajuda essencial para evitar isso.

Explicando de maneira mais clara, no ano da competição de arcade, os organizadores do evento enviaram uma cápsula ao espaço com imagens da cultura da época, só que os aliens viram aquilo como uma declaração de guerra – só Deus sabe o porquê. A maneira encontrada por eles para resolver a batalha foi por meio de guerras entre os seres humanos e clássicos personagens de videogames, em uma melhor de três rounds. Cada vitória dá um troféu ao vencedor (um ser humano ou um personagem) e três derrotas culminariam no fim do planeta. Aí é o que vemos no trailer: centopeia, Pac-Man, Donkey, entre outros famosos games aparecem por aqui para aterrorizar o exército americano e divertir Sam e sua equipe.

Por que Pixels é tão legal? Primeiramente, a trilha sonora é genial. Tem Queen, Cheap Trick, Spandau Ballet, Hall & Oates…estilo Guardiões da Galáxia em termos de qualidade. Não supera porque né? Enfim, ver as batalhas ao som desses artistas é bom demais, nostálgicos da década de 80 vão amar!

Em segundo lugar, como não se entreter vendo pessoas lutando contra jogos? Sério mesmo. O confronto com o Pac-Man é incrível, com os carros como os fantasmas que têm que matá-lo e o criador dele, Toru Iwatani (Denis Akiyama) que acaba levando a pior ao tentar acalmar seu produto (de forma engraçada, é claro). Até quem nunca ouviu falar de arcade pode querer conhecer os games; esqueça os gráficos 3D hiper-reais e venha curtir os antigos, que não ficam atrás!

Os protagonistas de Columbus são hilários. Sandler e James estão ótimos como Sam e Will e Josh Gad é simplesmente espetacular como o bizarro Ludlow. Talvez este seja o maior destaque da produção, em função de sua personalidade conspiradora e paixão platônica por Lady Lisa (Ashley Benson), além de dar uns gritos muito cômicos. Peter Dinklage está legalzinho como a versão adulta do metido Plant, mas nada como nosso ídolo Tyrion, de Game of Thrones. Michelle Monaghan é talvez a única que não teve um papel tão legal, apesar da atriz ser talentosa; não escreveram uma personagem tão interessante para ela.

Vamos para os problemas. O roteiro é muito sem pé nem cabeça. OK que os aliens viram a cápsula e não compreenderam a mensagem, mas como isso se deu? Por quê? Isso deveria ter sido mostrado e não apenas as mensagens deles sobre as batalhas, por meio de ícones da cultura americana (bastante legal, por sinal). Mais clareza, por favor! Ademais, quando é que o governo dos EUA escutaria um ex-jogador de arcade na hora de decidir ações militares? Especialmente um como Sam, que é difícil de levar a sério? Por mais que ele seja o melhor amigo do presidente, é óbvio que ele também ouviria tenentes e pessoas envolvidas no mundo dos videogames.

O restante são os clichês básicos do gênero, como escapadas da morte no último segundo, o casal previsível desde o início e diálogos descartáveis, especialmente os de Serena Williams. Algumas cenas de ação pecam nos efeitos especiais, claramente visíveis em determinadas partes (conflito com o Donkey Kong é um deles).

Pixels tem seus defeitos, mas é divertido demais para você ignorá-lo. As risadas são garantidas, bater cabelo é garantido (para quem ama as músicas dos anos 80) e a diversão…bem, pergunto novamente: como não se entreter vendo clássicos jogos em guerra com os seres humanos? E tem um tal de Q*bert que é um fofo, daqueles que você quer até comprar ursinho de pelúcia depois.