O Cinema de Buteco orgulhosamente apresenta os 30 melhores filmes de suspense dos anos 2000.
CONTINUANDO A NOSSA SÉRIE ESPECIAL PARA COMEMORAR OS OITO ANOS DE ANIVERSÁRIO DO CINEMA DE BUTECO, nós preparamos mais um especial reunindo o que foi produzido de melhor nos anos 2000: desta vez, a equipe do site e nossos convidados selecionamos os 30 melhores filmes de suspense lançados entre 2000 a 2009. Será que o seu favorito entrou na lista?
Clique aqui para conferir as listas individuais dos participantes.
Curiosidades
– Foram citadas 78 produções pelos 18 participantes.
– Dois longas empataram com o maior número de citações: 11 no total.
– O primeiro colocado, no entanto, foi lembrado apenas 9 vezes.
– Os Outros, campeão da lista de terror, foi lembrado mais vezes que o primeiro colocado: 10 vezes.
Conheça os 30 melhores filmes de suspense dos anos 2000
(Textos por Alex Gonçalves, Fernanda Minucci, João Paulo Andrade, Leonardo Lopes, Márcio Sallem, Marcus Celestino, Natália Ranhel, Nathália Pandeló, Tullio Dias – clique nos links para seguir no Twitter)
30- A Passagem (Stay, Marc Foster, 2005)
“O tempo inteiro ficamos tentando entender o que de fato está acontecendo nessa misteriosa narrativa comandada brilhantemente por Marc Foster. O que parecia ser um grande filme misterioso reserva uma bela surpresa dramática.”
29- Corpo Fechado (Unbreakable, M. Night Shyamalan, 2000)
“É provavelmente um dos melhores filmes de “herói” já produzidos até hoje e raramente é lembrado. Shyamalan ainda era um cineasta respeitado na época e conseguiu entregar uma obra tão boa e intrigante quanto O Sexto Sentido“.
28- Medo da Verdade (Gone Baby Gone, Ben Affleck, 2007)
“Ninguém podia imaginar que o galã Ben Affleck, depois de acumular tantos fracassos de crítica e público como ator, poderia nos surpreender mostrando que seu lado mais talentoso era atrás das câmeras? Que filme.”
27- Plano de Voo (Flight Plan, Robert Schwentke, 2005)
“Jodie Foster é o elo que sustenta Plano de Voo e o impede de se tornar uma grande besteira descartável. A atriz nos convence do perigo facilmente e o resultado é um eletrizante suspense a bordo de um avião.”
26- Lady Vingança (Chinjeolhan geumjassi, Chan-wook Park, 2005)
“ É verdade que Chan-wook parece ter dificuldades em articular Lady Vingança a princípio, mas compensa a falta de objetividade de seu primeiro ato ao visualizar pela primeira vez em sua trilogia a redenção como o conforto para uma personagem, cujas circunstâncias a fizeram abrir mão da própria identidade e maternidade.”
25- Insônia (Insomnia, Christopher Nolan, 2002)
“A tensão calma e lenta estabelecida pelo diretor ganha o ritmo adequado para manter seu espectador na beira do assento – e, claro, de olhos bem abertos.”
24- Por Um Fio (Phone Booth, Joel Schumacher, 2002)
“Joel Schumacher fez muita merda na sua carreira. A sua parceria com Colin Farrell, outro ator com algumas derrapadas, tinha potencial para dar errado e felizmente não deu: Por Um Fio é tenso do começo ao fim e nos deixa angustiados com a sensação de impotência do protagonista.”
23- Conflitos Internos (Mou Gaan Dou , Andrew Lau e Alan Mak, 2002)
“Obra que inspirou Martin Scorsese a dirigir Os Infiltrados. Quem viu as duas versões não hesita em dizer que Scorsese pode ser um diretor maravilhoso, mas não conseguiu superar a produção original.”
22- Perfume: A História de um Assassino (Perfume: The Story of a Murderer, Tom Tykwer, 2006)
“Subestimado pela crítica, Tom Tykwer é também um grande realizador e dribla o material outrora infilmável ao contornar as curvas que levam à infinidade de possibilidades da arte cinematográfica, dando vida a uma história que ressalta com as imagens as essências dispares da existência humana e de todos os mistérios que carrega.”
21- Os Fugitivos (Lonely Hearts, Todd Robinson, 2007)
“Adaptação da história real de um casal de assassinos muito bem representados aqui por Jared Leto e Salma Hayek, que são os principais responsáveis por garantir toda a nossa atenção e concentração na narrativa comandada pelo filho do detetive que prendeu o casal na vida real.”
20- Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto (Before the Devil Knows You’re Dead, Sidney Lumet, 2007)
“O cineasta Sidney Lumet está acostumado a dar verdadeiras aulas de cinema em seus longas. Desta vez não poderia ser diferente. Com uma simplicidade absurda, Lumet consegue se comunicar tanto com os menos exigentes quanto para os cinéfilos de plantão acostumados com suas pérolas da sétima arte.”
19- Estrada Para a Perdição (Road to Perdition, Sam Mendes, 2002)
“Em Estrada Para Perdição, Tom Hanks interpreta um dos melhores personagens de sua carreira. O ponto alto é acompanhar a sua relação paternal com Paul Newman se desmoronando justamente porque Hanks está em busca do filho biológico de Newman (vivido por Daniel Craig) para se vingar pelo assassinato de sua família. O único que sobrevive é o seu filho mais velho, que durante muito tempo foi rejeitado porque o fazia lembrar demais de si mesmo.”
18- O Quarto do Pânico (Panic Room, David Fincher, 2002)
“David Fincher deixaria Edgar Alan Poe orgulhoso com sua própria versão de “O Barril de Amontilado”. Somente um cineasta como Fincher para conseguir tornar interessante uma história sobre mãe e filha presas dentro de um quarto.”
17- Marcas da Violência (A History of Violence, David Cronenberg, 2005)
“Cronenberg deixou de lado as produções esquisitas nos anos 2000 e investiu em filmes mais humanos (ou plausíveis, pelo menos), como Marcas da Violência e Senhores do Crime. Sem perder a sua identidade como um cineasta autoral, ele conduz Viggo Mortensen ao seu ponto mais alto como ator nesse frio e perturbador Marcas da Violência.”
16- Janela Secreta (Secret Window, David Koepp, 2004)
“É um tanto clichê imaginar histórias em que um escritor em crise decide descansar e buscar novas inspirações dentro do aconchego e tranquilidade de uma cabana afastada. Estrelado por Johnny Depp e John Turturro, o suspense Janela Secreta depende quase que exclusivamente desta premissa para se virar. Felizmente, com uma boa atuação do galã favorito de Tim Burton, a obra consegue empolgar com uma boa dose de tensão.”
15- O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno, Guillermo Del Toro, 2006)
“Uma Alice no País das Maravilhas muito mais dark e aterrorizante do que qualquer remake de Tim Burton, O Labirinto do Fauno é uma fantasia onde o mundo real se mostra habitado por monstros muito piores.”
14- O Invasor (Beto Brant, 2002)
“Baseado no livro homônimo de Marçal Aquino, O Invasor é “apenas” um dos melhores filmes nacionais já produzidos. A produção marcou a estreia do cantor Paulo Miklos (Titãs) e da atriz Mariana Ximenes no cinema.”
13- Violência Gratuita (Funny Games, Michael Haneke, 2008)
“Quem é mais sádico: o Jigsaw de Jogos Mortais, ou espectador que acompanha todos os filmes da série que apenas se preocupa em aumentar seu repertório de torturas e mortes bizarras? […] A violência nunca é justificada por Haneke (gratuita, para citar o título), mas estes jogos não deixam de ser divertidos, sobretudo para o diretor, que tem um grande poder de manipular que assiste seus filmes nas mãos.”
12- Psicopata Americano (American Psycho, Mary Harron, 2000)
“Christian Bale está incrível na adaptação do romance de Bret Easton Ellis. Com muito sangue e senso de humor perverso, Psicopata Americano é um daqueles filmes inesquecíveis para os fãs de suspense e terror.”
11- O Grande Truque (The Prestige, Christopher Nolan, 2006)
“Indispensável para qualquer pessoa que aprecie ilusionismo, O Grande Truque certamente será lembrado como um dos trabalhos mais marcantes da carreira de Christopher Nolan, Christian Bale, Scarlett Johansson e Hugh Jackman.”
10- Senhores do Crime (Eastern Promisses, David Cronenberg, 2007)
“As características fundamentais de um “clássico Cronenberg” estão presentes: brutalidade sanguinária, sexo, crime, mistério, tomadas lendárias.”
9- Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, Clint Eastwood, 2003)
“A trama acompanha um investigador cuidando do caso da morte da filha de um velho amigo de infância. No processo da investigação, o detetive acaba relembrando seu passado doloroso, entra em conflito com o pai da vítima e ainda precisa confrontar um outro amigo que esconde um segredo. O resultado é uma obra pesada e que nos surpreende ao mostrar com frieza os limites entre fazer a coisa certa ou ceder os desejos mais primitivos de vingança.”
8- A Vila (The Village, M. Night Shyamalan, 2004)
“Shyamalan dá uma verdadeira aula de ciência política e sociologia numa obra de suspense que dividiu opiniões: A Vila é a metáfora do diretor para todas as ações que o governo norte-americano realizou fazendo com que a sua população descobrisse o que era realmente sentir medo de alguma coisa.”
7- Identidade (Identity, James Mangold, 2003)
“Através de uma fotografia sombria, um cenário absolutamente chuvoso e um tratamento interpessoal frio por parte das personagens, o longa de James Mangold criou uma barreira de isolamento, uma atmosfera de completo desconhecimento, solidão e desconfiança, perfeita para a experiência estaria por vir. Para nós e para as personagens.”
6- O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de sus Ojos, Juan José Campanella, 2009)
“Manter o espectador instigado e tenso enquanto traça um sagaz retrato sociopolítico de um período empoeirado de seu país e constrói uma honesta trama de amor é a complexa missão cumprida pelo realizador Juan José Campanella; O Segredo dos Seus Olhos é, ao mesmo tempo, cativante e estarrecedor, numa complexidade como a revelada pelos olhos, expositores do sentimento humano de maneira quase óbvia, e por isso mesmo tão sutil.”
5- Colateral (Collateral, Michael Mann, 2004)
“Jamie Foxx interpreta um taxista num dia de extremo azar: na sua última corrida do dia, ele recebe um matador de aluguel vivido por Tom Cruise. Podia ter sido uma viagem tranquila, mas tudo dá errado e a vida do taxista começa a correr sérios riscos.
Dê uma câmera na mão de Michael Mann e coloque-o para filmar uma tartaruga almoçando. Quando assistir a filmagem, você certamente se notará envolvido, instigado. Troque a tartaruga por uma dinâmica de parceria inesperada, entre duas personagens igualmente complexas e de personalidades notavelmente opostas, numa situação extrema que coloca os princípios e morais de ambas à prova, e você terá Colateral.”
4- Oldboy (Oldboy, Chan-wook Park, 2003)
“Oldboy é o mais famoso filme da trilogia da vingança de Chan-Wook Park. Já no início, o protagonista é preso e torturado por 15 anos, sem mesmo saber o porquê. Depois disso, ele parte numa jornada para tentar entender o que aconteceu em toda a sua vida. Este é um filme com boas atuações e fotografia ímpar. É interessante notar a rima proposital entre alguns ângulos de câmera em cenas do início e do fim do filme, que mostram a habilidade do diretor em usar o audiovisual para enfatizar as cenas em que o roteiro fecha as pontas abertas da história através de auto referência.
Acredite, o incômodo provocado pela violência plástica mostrada em tela é apenas o aperitivo. O prato principal é sem dúvida os plot twists cheios de carga psicológica.”
3- Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men, Joel e Ethan Coen, 2007)
“Neste faroeste urbano, temos um cidadão interiorano em busca apenas de dignidade (Josh Brolin) envolvido num incidente que o leva a ser caçado pelo assustador psicopata Anton Chigurh (Javier Bardem, espetacular). Através de uma perspectiva pessimista – e, infelizmente, realista – acerca de seu cenário e da realidade, o longa constrói personagens marcantes de seu gênero, de poucas palavras e atitudes sempre objetivas, duras – e aquele que não se encaixar nestes requisitos, não importando quão grandes foram seus esforços, não sobreviverá.
Obra povoada por ótimas sequências de ação, uma ambientação seca e desesperançosa, personagens instigantes e alguns momentos absolutamente marcantes, Onde os Fracos Nâo Têm Vez é o sinal em formato de filme de que os tempos adaptam-se e os indivíduos devem adaptar-se junto com ele. A Arte também.“
2- Zodíaco (Zodiac, David Fincher, 2007)
“Um jornalista passa a investigar estranhos crimes cometidos por um serial killer autointitulado Zodíaco. Para isso conta com a ajuda de poucas pessoas interessadas na verdade, mesmo quando o assassino começa a apreciar toda a atenção que recebeu da mídia.
A obra celebra os méritos artísticos de David Fincher, que renunciou humildemente a qualquer artifício estilístico – decisão só de um diretor seguro e confiante na força da história – para estabelecer uma investigação extensa, minuciosa e não-resolvida assim como as consequências deixadas naqueles que dela participaram.”
1- Amnésia (Memento, Christopher Nolan, 2000)
“O filme apresenta Leonard Shelby (Guy Pearce) como um homem atormentado e que sofre de uma curiosa condição: ele é incapaz de memorizar coisas recentes. Ele sofreu um sério ferimento na cabeça ao tentar evitar que a mulher fosse estuprada e assassinada, e anos depois, seu único objetivo é encontrar o homem que acabou com sua vida. Para isso, Leonard faz várias tatuagens com “avisos” pelo seu corpo e costuma seguir uma lista de regras: evita falar ao telefone e faz anotações nos versos de cada fotografia que tira das pessoas ao seu redor. É assim que ele conhece o chato Teddy (Joe Pantoliano) e a ambígua Natalie (Carrie Anne-Moss), que é mais conhecida por ter interpretado a Trinity na trilogiaMatrix.
É uma daquelas histórias em você não pode piscar os olhos para evitar o risco de perder qualquer detalhe, por menor que seja. Existem pessoas que detestam esse tipo de longa-metragem, especialmente quem costuma afirmar que assiste filme apenas para se distrair e que gosta de desligar o cérebro. Nada contra esse tipo de público, mas preciso admitir que o cinema de Christopher Nolan não é para os preguiçosos que não sabem desfrutar uma boa história, de uma narrativa complexa, ou enxergar de verdade o que existe nas entrelinhas. A droga do peão não vai parar de rodar para esse público. Então, sem tentar fazer média: Amnésia é do caralho.”