51 Melhores filmes dirigidos por mulheres

20- Frida(Julie Taymor, 2002)

Ela foi uma pintora surrealista extremamente talentosa, feminista, apaixonada e muito forte. Hoje, seu nome é ligado à cultura pop e sua figura é ícone do feminismo. Para colocar a vida de Frida Kahlo nas telas, a cineasta Julie Taymor mostra muito amor e respeito ao seu nome. No papel principal, Salma Hayek brilha no momento mais importante de sua carreira.
Frida conta a vida da pintora desde a juventude até a sua morte, em 1954, passando pelo grave acidente sofrido na adolescência, a dedicação à arte e o conturbado relacionamento com Diego Rivera. É um daqueles filmes que encantam por todos os detalhes, figurino, atuações, direção de arte e principalmente pela história.(Graciela Paciência)


poster zero dark thirty19- A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty, Kathryn Bigelow, 2012)
Kathryn Bigelow está, mais uma vez, na direção de uma obra que expõe as tensões pós 11 de setembro. Aqui, Jessica Chastain é a agente Maya, uma das responsáveis pela busca por Osama Bin Laden, o inimigo número 1 nos Estados Unidos. Entre busca e cruzamento de informações, georreferenciamento, capturas e muitas torturas, está também a luta de uma mulher para se fazer ouvida por seus superiores. Maya tem a informação que julga ser correta e precisa da ordem superior para levar os militares americanos em missão secreta ao Paquistão.

Como em tudo que se relaciona ao 11 de setembro, o longa apela para os sentimentos de pertencimento a uma nação. O desespero da busca pelo responsável – como se, com a captura de Bin Laden, o conflito tivesse fim – permeia toda a narrativa, até mesmo as cruéis cenas de tortura, em que a beleza de Chastain contrasta com a dor que ela proporciona, direta ou indiretamente, aos capturados. É, também, a delicadeza da atriz que fortalece a personagem Maya, na busca pelo reconhecimento de suas investigações.

Não é exagero afirmar que A Hora Mais Escura seria diferente caso fosse dirigido por um homem. (Aline Monteiro Homssi)


18- Caçadores de Emoções (Point Break, Kathryn Bigelow, 1991) Verdadeiro clássico da Sessão da Tarde, Caçadores de Emoção é um daqueles filmes que todo mundo viu umas duzentas vezes sem ter a menor ideia que o Red Hot Chili Peppers faz uma participação especial ou que foi dirigido por uma mulher. Pois é. Que bobeira a nossa se surpreender com essa informação, né? É como se nosso inconsciente tentasse nos convencer que apenas homens seriam capazes de entender realmente sobre emoção. Nada a ver.

Kathryn Bigelow (fico orgulhoso por escrever justamente sobre o meu filme favorito dela, e por esse ser um dos três que ficaram entre os 51 melhores) conta uma história que grudou no imaginário de crianças e adolescentes da época. Keanu Reeves interpreta o agente do FBI Johnny Utah e parte para uma investigação muito louca a fim de descobrir os responsáveis por uma série de assaltos a bancos. Ele acaba se infiltrando num grupo de surfistas liderados por Bodhi (Patrick Swayze) e passa a questionar seus valores pessoais e profissionais. Filmaço do caralho e dirigido pela fodástica Kathryn Bigelow.(Tullio Dias)


17- O Amor Não Tira Férias (The Holiday, Nancy Meyers, 2006)

Nancy Meyers estava com tudo nos anos 2000 e O Amor Não Tira Férias veio pra mostrar mais uma vez que poucos sabem fazer comédias românticas como ela. Em um clima mega natalino, conhecemos duas mulheres (uma inglesa e uma americana) passando por problemas pesados na vida sentimental. Elas decidem trocar de casa provisoriamente para que possam colocar os pensamentos no lugar.
É assim que elas conseguem repensar suas vidas e ainda conseguem um crush no fim de ano. O elenco que mistura estrelas de diferentes gêneros do cinema consegue acrescentar muito charme e diversão ao clima. Jack Black está em seu único papel de galã e se junta a Jude Law, Kate Winslet e Cameron Diaz neste filme que é uma das comédias românticas de muita gente.(Graciela Paciência)

https://www.youtube.com/watch?v=aoOXQcH0-A4


16- Cinco Graças (Mustang, Deniz Gamze Ergüven, 2015) O título original Mustang – raça de cavalo selvagem – fornece uma pista do que podemos esperar deste representante do cinema da Turquia. A narrativa acontece em um pequeno vilarejo onde 5 irmãs órfãs são punidas depois de uma tarde de brincadeiras com alguns meninos da escola.

O enclausuramento e o casamento precoce forçado causarão transformações no destino destas meninas, abrindo discussão sobre a arraigada cultura islâmica do ponto de vista das vítimas: as mulheres.

Irmão do cultuado Virgens Suicidas, de Sofia Coppola, o filme destrincha o poder dos homens sobre suas filhas, uma relação baseada em posse e domínio dessa propriedade. (Juliana Uemoto)

Cinco Graças ficou entre os 15 melhores filmes de 2016 no nosso ranking.


15- Matrix  (Lily e Lana Wachowski, 1999) Para “justificar” (não que seja necessário) a presença de um dos nossos 100 filmes favoritos nessa lista, parafraseio o nosso colaborador Alexandre Marini: “A identificação com determinado gênero está além do nome. Ignorar o que ela fez enquanto assinava com outro nome é ignorar a pessoa, sua história, dando ênfase mais a uma mera formalidade autoritária: que os nomes definem gêneros e como as pessoas são ou deveriam ser.”

Matrix foi uma verdadeira revolução na indústria do cinema e mudou para sempre a forma como os efeitos visuais são trabalhados. O sucesso do longa rendeu duas sequências horrorosas, além de elevar Lily e Lana Wachowski para um patamar dos gênios da indústria. Triste dizer que nunca repetiram o sucesso do trabalho de 1999, porém permaneceram como artistas com uma visão cinematográfica sempre curiosa. Mas deve ser mesmo difícil bolar algo capaz de superar a aventura do salvador Neo (Keanu Reeves) e todo o arco de histórias que envolve a jornada do herói. Um dia, quem sabe? (Tullio Dias)


melhores filmes de terror de 2014 - babadook

14- O Babadook (The Babadook, Jennifer Kent, 2014) Amelia não tem uma vida fácil. Seu marido morre a caminho do hospital quando ela vai dar à luz seu filho. Como se não bastasse ter que trabalhar e criá-lo sozinho em uma casa roxa pra lá de bizarra, o menino chato começa a cismar com a assombração esquisita que surge de um livro nada infantil.

Filmes de terror não costumam ser protagonizados e dirigidos por mulheres, mas esse não é o único tabu que Jennifer Kent quebrou em sua estreia na direção de longas. Ela também toca um assunto que poucos ousam: o quanto a maternidade pesa de uma maneira assustadora para as mulheres.

Com metáforas muito inteligentes, a diretora deixa claro que ser mãe solteira significa ser perseguida por “fantasmas”: a responsabilidade de educar um ser humano, manter uma casa, pagar as contas. E a pressão de tudo isso é, literalmente, enlouquecedora. Um filme muito indicado como método anticonceptivo. (Larissa Padron)

O Babadook entrou na nossa lista de melhores filmes de terror de 2014.

https://www.youtube.com/watch?v=VQw6y5vgUPU


13- O Piano (The Piano, Jane Campion, 1993) Na Oceania do século 19, Ada, uma pianista muda (Holly Hunter), e sua filha (Anna Paquin) se mudam para um casamento arranjado com um fazendeiro (Harvey Keytel). Mas um dos trabalhadores começa a despertar o interesse de Ada.

O trabalho minimalista da diretora Jane Campion e a excelente atuação de Holly Hunter (que venceu o Oscar) destacam a sensibilidade de Ada, que coloca no piano toda a expressão que não consegue pela voz. O romance com Keytel é mostrado de uma forma muito diferente dos clichês do gênero.

O longa tornou Campion a segunda mulher a ser indicada ao Oscar de Direção (até hoje foram apenas 4, entre 441 indicados). Ela não venceu este prêmio, mas ganhou o de melhor roteiro. Anna Paquin também levou uma estatueta pra casa, se tornando a primeira atriz nascida na década de 80 a fazer isso. (Larissa Padron)


12- Cemitério Maldito (Pet Sematary, Mary Lambert, 1989) Praticamente um novo clássico, o longa conta com roteiro do mestre do terror, Stephen King, e é baseado num livro do próprio.

Uma família se muda para uma cidadezinha à beira da estrada e descobre um cemitério de animais próximo, onde eram enterrados os bichinhos atropelados. Mais longe um pouco, Louis é apresentado a um antigo cemitério indígena que traz de volta os mortos. Mas o solo ruim faz com que voltem maus.

A prolífica diretora Mary Lambert tem ainda vários trabalhos na TV e na música, com séries e clipes. (Marcelo Seabra)

https://www.youtube.com/watch?v=tOmBSo5ooOA


11- Bicho de Sete Cabeças (Laís Bodanzky, 2001) Com roteiro de Luiz Bolognesi, inspirado no livro autobiográfico Canto dos Malditos, de Austregésilo Carrano Bueno, o filme nacional funciona como Um Estranho no Ninho (1975) – porém talvez ainda mais forte.

Na trama, Neto (Rodrigo Santoro, em uma atuação extremamente focada) é um adolescente antes sadio que se vê destruído pelas terríveis consequências de tratamentos de eletrochoque injustificáveis. Seu deslize? Ter deixado um cigarro de maconha ser encontrado pelo pai (Othon Bastos). No manicômio, o movimento de engolir remédios se dá em paralelo à repetitiva marcação de ponto dos funcionários, mais interessados na verba gerada pela obtenção de pacientes.

Somada aos talentos de Cássia Kis Magro e Caco Ciocler, Laís Bodanzky brilha através de uma câmera corajosa que lê a alma dos internos e nos arranca lágrimas piedosas ao empregar uma trilha sonora visceral e perturbadora, especialmente nos intensos momentos finais. (Stephania Amaral)

https://www.youtube.com/watch?v=WZBCkt4PIaU