Crítica Planeta dos Macacos A Guerra

Crítica: Planeta dos Macacos: A Guerra

Depois de três longas nos últimos seis anos, a franquia Planeta dos Macacos chega ao fim. Em “A Guerra” (War for the Planet of the Apes, EUA, 2017), vemos como termina a história que começou em 2011 com Will (James Franco) e o pequenino Caesar (Andy Serkis), desta vez em um mundo dividido entre macacos e os poucos seres humanos que restaram.

Ao contrário dos dois primeiros filmes da série, o último tem uma presença bem menor de humanos na tela. Os destaques são o Coronel (Woody Harrelson) e a garota Nova (Amiah Miller), mas o tamanho da participação deles não chega nem perto das de Caesar, sua família e o restante dos macacos. Trata-se de um roteiro totalmente voltado pra guerra e como estes estão lidando com a mesma.

Ou seja, agora é a vez de acompanharmos as preocupações e sofrimento dos macacos diante do conflito que os aflige 24 horas por dia. Mesmo sem o perigoso Koba (Toby Kebbell), o exército do Coronel quer destruí-los a qualquer custo. Foi interessante essa abordagem mais profunda do lado deles, especialmente para vermos que não são vilões e apenas querem viver em paz, entre eles; sem matar humanos. O próprio Caesar representa essa vontade com base em suas atitudes, com ainda mais força no capítulo final.

O roteiro também explora a loucura do vilão, interpretado com maestria por Harrelson, e lhe dá uma certa humanizada ao decorrer do filme. Nada justifica suas ações, mas entender os seus motivos e o desfecho que tem é imprescindível para que a história faça sentido. Foi tudo muito bem desenvolvido pelos roteiristas.

Apesar de intensas cenas dramáticas, o longa ganha um toque de humor considerável por meio do hilário Bad Ape (Steve Zahn). As caras e bocas que ele faz são capazes de provocar enormes gargalhadas no espectador, sendo um baita de um quebra gelo para quem está tenso como os personagens da história.

Com o término da trilogia, é legal fazer uma linha do tempo dos acontecimentos e como todos eles levam ao resultado que vemos como que o medo, raiva, desejo de vingança e ódio levam à interminável guerra entre humanos e macacos. Difícil não relacionar isso a nossa realidade, que pode não ter uma raça de macacos altamente inteligentes, mas tem pessoas do mundo todo propagando o ódio entre si e nos aproximando cada vez mais de um outro grande conflito global.