Crítica: Thor: Ragnarok

Crítica: Thor: Ragnarok

A linguagem visual e textual de Thor se transformou bastante desde a introdução do personagem em 2011. Começou monótono e dramático, mas, com o passar dos anos, foi se soltando mais e ficando engraçadinho. Em Ragnarok (2017), o Deus do Trovão (Chris Hemsworth) ganha cores, humor de sobra e uma trilha sonora à la Tron: O Legado (2010).

O mais interessante do filme de Taiki Waititi é o quanto ele se destoa dos anteriores e ganha a cara da Marvel. Da primeira à última cena, o longa é recheado de momentos hilários, até mesmo com Anthony Hopkins! Essa característica marcante, aliada às cenas de ação eletrizantes, permite compararmos o resultado aquele que vimos no início do ano, em Guardiões da Galáxia Vol. 2. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas é a mais pura verdade.

Se tive problemas pra aguentar ver Thor (2011) até o final há seis anos, agora, as mais de duas horas da produção passaram voando. E nem foi apenas a comédia que permitiu a sessão divertidíssima; o elenco contribui em grande parte também. Podemos não ter Natalie Portman e Kat Dennings, destaques de O Mundo Sombrio (2013), mas temos Hulk (Mark Ruffalo) e a guerreira Valquíria (Tessa Thompson). A química dos dois com Hemsworth é excelente, especialmente os diálogos dos dois Vingadores, recheados de disputas de ego. Dispenso comentários sobre Loki (Tom Hiddleston) porque o britânico sabe como ninguém dar vida ao meio-irmão de Thor.

Minha única ressalva vai para Hela (Cate Blanchett), a grande vilã de Ragnarok: faltou-lhe espaço no roteiro. A atriz faz seu trabalho muito bem como de costume, só que acaba perdendo a atenção para os demais personagens. Senti falta de cenas mais elaboradas com a presença dela, ainda mais com a mesma sendo a Deusa da Morte e filha mais velha de Odin (Hopkins).

Tecnicamente, a melhor parte de Ragnarok é a música. Encaixada com perfeição ao cenário colorido e insano, ela nos envolve o tempo todo; começamos com Led Zeppelin e depois partimos para a trilha orquestrada por Mark Mothersbaugh. Impossível não se lembrar de Tron, no qual as composições do Daft Punk foram cruciais para o seu ótimo resultado final.

Ps: como em tudo no UCM, temos cenas pós-créditos, neste caso duas. Ignore a última.