Entrevista: Um bate-papo com o jovem escritor Pedro Xavier

A Bienal Do Livro de Minas Gerais de 2016 aconteceu entre os dias 15 e 24 de abril. O Expominas estava todo preparado para receber amantes da literatura, e, ao longo dos 10 dias, vários autores já consagrados passaram por lá, atraindo milhares de admiradores. Mas muitos visitantes da Bienal não percebem que o evento é, também, uma oportunidade para novos autores divulgarem seu trabalho. Foi em uma andança descontraída pelos corredores que encontrei Pedro Xavier, um autor independente carioca de 21 anos. Pedro, ao perceber o meu crachá de imprensa, falou comigo do livro As Crônicas Dos Reis, que ele acaba de lançar.

Conversei um pouco com ele sobre as suas influências, inspirações e sobre ser um autor independente no Brasil. Esse bate-papo você confere a seguir:

De onde surgiu o desejo de escrever? Desde pequeno já inventava suas histórias?

Surgiu de um desejo de escapar um pouco da realidade. Embora desde novo inventasse diversas histórias enquanto jogava com meus amigos, o desejo só se intensificou depois de perder um ente querido. Isso me fez querer escapar um pouco dos problemas.

Quais autores te inspiraram?

Eduardo Spohr, da Batalha do Apocalipse e Rick Riordan, de Percy Jackson.

Qual é, na sua opinião, a maior dificuldade de um escritor em começo de carreira?

A falta de conhecimento, tanto meu, em questão de outros autores, editoras e meios literários, quanto das pessoas, por não conhecerem meu trabalho.

Qual foi a sua inspiração para escrever a história?

 Não sei explicar. Queria retratar um pouco, creio eu, os meus próprios sonhos por habilidades extraordinárias e um desejo de viver em um mundo melhor.

Como você encara a influência da obra de George R. R. Martin no trabalho de jovens escritores?

 Acho que em alguns fatores acaba por inspirar muitos deles, embora, como um todo, eu acredite que obras como Jogos Vorazes e Divergente estejam atuando mais como ideais de novos escritores, pois as histórias parecem rodar em torno desse tipo de trama hoje em dia.

Por que a escolha de contar a história dividida em três partes? Como foi o seu planejamento para decidir três volumes?

 Não foi exatamente uma escolha. Eu tive a inspiração para a história completa, mas percebi que se fosse escrita de uma única vez teria dois problemas: o primeiro seria o tamanho do livro, que desanimaria muito algumas pessoas de conhecer a história; e o segundo seria o fato de ser desconhecido. Com a trilogia sendo feita, as pessoas conhecem a história e o enredo no primeiro livro, podendo se apegar aos personagens e até mesmo se envolver na trama.

Como é sua rotina de trabalho?

 Não possuo uma rotina fixa. Aproveito todo tempo livre pra continuar desenvolvendo a história, modificando pontos cruciais, dando mais vida aos personagens e até mesmo tornando a história melhor.

Você acabou de publicar um livro independente. Acha que é possível viver de literatura no Brasil?

Não sei dizer no momento se seria possível, pois falta, e muito, um apoio para a literatura nacional. Mas acredito que com uma boa história seja possível sim.