Battleship – A Batalha dos Mares


COMENTEI NO TWITTER QUE A VIDA ERA CURTA DEMAIS PARA FALAR DE ALGUNS FILMES, mas Battleship: Batalha dos Mares merece um certo comentário para servir de serviço para cinéfilos desavisados. O longa-metragem tem uma incrível semelhança com os estilos de Roland Emmerich e Michael Bay, ainda que consiga ser pior que o mais medíocre dos filmes dos dois cineastas mencionados. Peter Berg (Hancock) fracassa miseravelmente em tentar misturar efeitos especiais com muita explosão e um senso de humor constrangedor.

Existem coisas positivas, claro. A cena em que fica explícita a homenagem para o jogo de tabuleiro Batalha Naval, que para quem não sabe deu origem ao filme, é empolgante o suficiente para diminuir o tédio do espectador. Mas fica nisso. O único momento positivo do filme dura poucos minutos, e não é o bastante para salvar a produção de um naufrágio completo.

Battleship apresenta um grupo de marinheiros lidando com uma ameaça extreterrestre inesperada. Quando o único sobrevivente é um capitão rebelde (Taylor Kitsch), a esperança parece estar por um fio, mas o jovem encontra forças para combater os inimigos e encontrar uma maneira de salvar o planeta.

Dentre as coisas irritantes de Battleship, a dupla responsável pelo alívio cômico merece uma lembrança especial na edição anual do debochado prêmio Framboesa de Ouro. A cantora Rihanna tem cerca de 68 frases ao longo filme, sendo que a maioria envolve gritos ou “Yes, sir”, “No, sir” etc. Uma promissora estreia. Sua participação ainda consegue ficar pior quando ela divide cena com seu parceiro loirinho com cara daqueles meninos que cresceram passando tempo demais no banheiro. A dupla não consegue ter UM momento engraçado sequer. O que acontece é justamente o contrário: o público mais exigente por um entretenimento de qualidade (porque na boa, é pedir demais que o filme fosse capaz de oferecer alguma coisa positiva para os cinéfilos) poderá ficar realmente envergonhado com tanta besteira.

Raramente faço isso, mas a minha recomendação é: ao invés de gastar dinheiro para alugar o filme ou perder tempo (são duas horas, cara!) na frente da sua televisão, sugiro que vá ouvir os discos do Black Keys, AC/DC e Creedence Clearwater. Infelizmente nem mesmo os momentos em que as bandas emprestam suas músicas para o filme conseguem agradar. E isso, se tratando de alguém que respira música e costuma gostar de filmes justamente por conta de uma ou outra inserção musical, é digno de reconhecimento. Fuja para as montanhas, caro leitor. E não digam depois que não foram avisados. Mentira, podem dizer sim. Aí quando acharem o filme uma bela pinga azeda de boteco no fim do mundo, irão ouvir a minha voz fantasmagórica dizendo: “eu avisei, seu pudim de cachaça teimoso. Eu avisei.”


Nota:[umaemeia]