Gran Torino

Não sei como funcionam as indicações para o Oscar, o que o filme/ator precisa ter para ser indicado e esses outros detalhes, mas sinceramente, se Clint Eastwood não receber uma indicação como melhor diretor (tanto por Gran Torino ou por A Troca) e melhor ator, a cerimônia realmente é fajuta. Arriscaria incluir até mesmo uma indicação ao prêmio mais importante, que é o de melhor filme. A verdade é que Gran Torino surpreende. Demais. E pensar que não fazia questão alguma de assistir… seria um incrível arrependimento que ficaria desconhecido para todo o sempre até o momento que assistisse… ou não.

A revista Bravo! do mês de janeiro tem uma interessante reportagem sobre o filme estrelado por Angelina Jolie (que você já leu aqui) e sobre a forma que Eastwood dirige seus filmes, optando por uma linguagem mais antiga e conservadora, o chamado cinema clássico. Como já falei anteriormente, ele é com certeza, um dos melhores diretores do cinema norte-americano na atualidade. Seu toque sutil, a forma como conduz e cria personagens é sem comparações. Outra característica dos filmes de Eastwood é o tempo de projeção: geralmente gira em torno de duas horas. Mas são duas horas que passam rapidamente, sem ficar aquele sentimento arrastado e cansativo.

O personagem Walt Kowalski é um velho veterano de guerra que acaba de perder a esposa. Rabugento, se recusa a deixar o bairro onde viveu desde sempre. Mesmo com várias gangues de imigrantes coreanos, Kowalski finca o pé e irrita seus filhos, com quem nunca conseguiu conversar direito. Ele então começa a se aproximar de seu vizinho, o jovem Thao e acaba ensinando sobre o que é a vida. E aprendendo mais sobre a mesma.

A atuação de Clint Eastwood como velho chato e conservador, é impressionante. Os trejeitos, expressões, tudo é muito natural. Logo no começo do filme, na cena do enterro da mulher, ele observa seus netos com um irredutível olhar de desaprovação, enquanto os filhos discutem sobre o que fazer com ele agora. Aliás, essa atuação consegue arrancar boas gargalhadas. Surgem muitas situações engraçadas e acaba que o filme consegue passar uma mensagem muito boa sobre como podemos nos identificar com quem tem uma cultura tão distinta da nossa e ficarmos tão distantes dos nossos próprios familiares.

Excelente filme!

Ficha Técnica:
Gran Torino (2008)
Dirigido: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk
Genêro: Drama
Elenco: Clint Eastwood
Trailer

ps: texto escrito no dia 21 de Janeiro, um dia antes dos indicados ao Oscar 2009.