Vermelho, Branco e Azul (@festivaldorio)


ESSE FOI O PRIMEIRO filme que vi no Festival do Rio desse ano. Um filme de 2010, que eu gostaria de ter vito no Rio Fan, porém não tive tempo. A história gira em torno de Érica, uma “errante”, que reside de favor em uma pensão no Texas, e vive em processo auto destrutivo devido a seu passado de merda. Viver para ela significa prazeres de uma noite, ausência de responsabilidades e a inexistência de qualquer sentimento possível que possam vir a feri-la no futuro.

Quando então a personagem necessita de ajuda, um morador da mesma pensão, Nate, um ex-soldado do Iraque, resolve se aproximar e aparentemente quer algo a mais do que o que todos os homens de Érica quizeram durante toda a sua vida.

Nessa trama então, surge a terceira cor da bandeira, Franki, um músico em ascensão, que por um único deslize acaba desgraçado (e sinceramente, esse “deslize” e suas consequências são a parte realmente impactante do filme). Esse erro, suas consequências e a forma como isso tudo se desenrolará é o que unirá os 3 personagens e desvelará as vontades do produtor de reproduzir as crueldades as quais os americanos nos naturalizaram…


Empolgado principalmente pelas imagens do trailer e pelo atratativo título, devo dizer que cheguei ao cinema embarcado na atmosfera de filmes como “Funny Games“, ó que menos asséptico… Entretanto minha surpresa acabou quando vi que essa “atmosfera” permanecia etérea, realmente superficial, já que o filme em si, não consegue se sustentar. Temos ingredientes sensacionais na produção, a iluminação que nos remetem exatamente aonde deveriamos estar, neons amarelos e vermelhos, os bares barulhentos de madeira mostram como são os bares que Érica frequenta, os atores sem maquiagem, e suas necessidades imediatas escancaradas na tela… Um cenário deveras cabível para um filme que desde sua sinopse, tenta marcar seu lugar como um filme de suspense, com sangue e suor… Mas no fim, se perde entre tantos elementos de forma tão superficial.

Mesmo com atores atuando muito bem, os cortes abruptos, as cenas desnecessárias e a falta de continuidade nos causa aquela sensação de “falta alguma coisa ali”.
Foi assim que saí da sala de cinema (depois das 1 da manhã). Cansado pela hora e pela falha tentativa de um filme que no fim não ficou nem no psicológico, nem no que nos foi vendido.

Um filme que tem suas qualidades, entretanto é limitado dentro de seu potencial.

FICHA TÉCNICA:

Nome Original: Red, White & Blue
Direção: Simon Rumley
Produção: Bob Portal
Simon Rumley
Adam Goldworm
Tim League
Roteiro: Simon Rumley
Elenco: Noah Taylor (Quase Famosos)
Amanda Fuller
Marc Senter
Lançamento: Out/2010