Crítica: O Colecionador de Corpos 2 (2012)

A DICA DA CONTINUAÇÃO DE O COLECIONADOR DE CORPOS PARTIU DO AMIGO MATHEUS WEYH, que colabora (bem) ocasionalmente com o Cinema de Buteco e é um grande entusiasta do horror. Ele demonstrou ter uma preferência maior pelo segundo filme, The Collection, no original, e isso me deixou animado para querer logo descobrir se o cineasta Marcus Dunstan conseguiu se superar.

A resposta é não.

O Colecionador de Corpos 2 tropeça nos seus excessos. O roteiro acerta em colocar em cena uma sequência direta do filme anterior, mas fracassa ao aumentar o número de mortes e fazer a ação inteira acontecer na base secreta do serial killer. Não é tão atraente ter um grupo de soldados armados invadindo o lugar numa missão de resgate quanto era a ideia do matador atormentando a casa de pessoas inocentes.

Na sequência, uma jovem adolescente é sequestrada e um grupo de seguranças são contratados para tentar o seu resgate. Para garantir o sucesso da missão, eles obrigam o único sobrevivente conhecido a se unir ao grupo e invadir os domínios do Colecionador.

Percebe como a própria sinopse já levanta diversas questões pertinentes que nos fazem questionar a qualidade do roteiro? Primeiro: não é meio absurdo que o protagonista tenha conseguido memorizar o caminho do local em que conseguiu fugir para onde ele era mantido prisioneiro? Segundo: mesmo sendo uma das maiores sequências de assassinatos em massa que eu me lembre de ter visto, como diabos o assassino construiu todas aquelas armadilhas? Dentre outros pequenos probleminhas observados apenas na história e ignorando o orçamento pequeno para os efeitos visuais serem menos toscos.

O mais legal de O Colecionador de Corpos era a ideia de realmente ser uma mistura original de Jogos Mortais com Esqueceram de Mim. Essa continuação capenga abraça Jogos Mortais completamente e perde um pouco do seu humor negro para investir num clima mais Alien, O Oitavo Passageiro, que por melhor que seja a referência, não funciona.

O Colecionador de Corpos 2 não chega a estragar o que o original apresentou em 2009, mas não precisava ter existido. É só um exercício de sadismo que em poucos momentos mexe com nosso estômago, ao contrário do primeiro filme.