O Sequestro do Metrô 123

Gosto é que nem bunda e todo mundo tem o seu. Algumas são mais bonitas que as outras e bem, algumas são mais bem tratadas que outras. O Sequestro do Metrô 123 é um desses casos em que muita gente gosta de falar mal até doer e acaba broxando a vontade dos amigos assistirem. Me pergunto como deveria continuar o texto, já que posso ter a inclinação para foder ainda mais a refilmagem dirigida por Tony Scott ou posso dizer que é legalzinha. Vale até três caipirinhas (não bebo chopp)! Qual caminho seguir?

O diretor Tony Scott apareceu aqui recentemente com Amor à Queima Roupa e tem vários outros filmes no seu curriculo. Vale dizer entre os seus filmes estão Deja Vu e Chamas da Vingança, cujo ator principal é o charmosão Denzel Washington. Em O Sequestro do Metrô 123, Scott tenta dar uma linguagem mais arrojada e moderna para a trama baseada em livro de John Godey. Algumas cenas ficam com muita cara de fotografia e bem, sei lá que merda o Tony Scott estava pensando, mas nem mesmo o Denzel Washington poderia fazer milagre para salvar o filme.

Podemos dizer que o Denzel não está nada esforçado em salvar o barco. John Travolta também não. O único vilão bom da carreira do ator foi em A Outra Face. Depois vieram coisas horrorosas que por respeito ao Pulp Fiction, prefiro não comentar. Travolta até tenta ser simpático e criar um personagem divertido, mas não chega nem perto. Foi divulgado que os atores não costumavam se encontrar durante as filmagens (já que em grande parte do filme, eles se comunicam exclusivamente por telefone). Talvez este seja o principal motivo do filme não empolgar: John Travolta e Denzel Washington apenas dividem a mesma tela, não tentam “vencer” um ao outro. Fácil ficar de saco cheio.

A história aqui me lembrou o Quarto do Pânico. Não pelos acontecimentos e tal, mas pelo fato de se passar quase que exclusivamente em dois ambientes: o escritório do personagem de Washington e no metrô. Mas faltou a mão genial do David Fincher para conseguir tornar um filme que poderia ser um lixo, em algo fora do padrão. Ou seja… Se O Sequestro do Metrô 123 tivesse ficado nas mãos de outra pessoa, quem sabe o filme não acabasse sendo mais interessante?