W.E. – O Romance do Século

FAZER UM FILME É DIFICIL. È necessário se preocupar com um roteiro, continuação, atores competentes, direção, indumentária, maquiagem, iluminação. Cada detalhe é importante. Se não houver sintonia o filme acaba ficando sem lógica, atrapalhando o caminhar da história. Madonna devia saber disso (já que este não é a primeira produção feita por ela). Não basta ter uma boa ideia, tem que executar esta ideia. E muito bem.

Até que a sinopse é interessante: Wally Winthrop (Abbie Cornish, entediante), insatisfeita com seu casamento cheio de problemas com o seu marido psiquiatra William Winthrop (Richard Coyle, mais chato ainda) começa a sonhar com a vida “perfeita” da duquesa Wallis Simpson (Andrea Riseborough, delicada e parecendo mais uma francesa que uma americana) que viveu um grande amor com o rei Edward VIII’s (James D’Arcy, o ator mais conhecido da produção). Ewan Mcgregor estaria no casting se Madonna não fosse tão perfeccionista e tirana. Será que o filme é tão perfeito como a lady gostaria que fosse?

Talvez por ser abrangente demais e ter uma história complexa o filme é desequilibrado. As cenas onde mostram a história de amor de Wallis e Edward (daí o nome do filme, W.E.) são frescas, delicadas e divertidas, enquanto as cenas que mostram a vida real de Wally são chatas e sonolentas. O roteiro tem bastante furo, chegando a irritar quem gosta de tudo explicado. Situações que poderiam ter algum motivo não tem. Simplesmente acontecem (como quando o personagem de Coyle encontra sua mulher com roupas dos anos 40 e chega magicamente à conclusão que ela está tentando ser alguém que não é. Ele por um acaso estava vendo o filme com a gente? É mostrado o tempo inteiro que ele era meio ausente, logo…). Outra falha é o foco estar sempre nas alucinações de Wally, que chegam a ser esquizofrênicas (diversas vezes conversa com a duquesa Wallis como se estivesse no ambiente).

Mas nem de todo ruim é o filme. Não é a toa que foi indicado ao Oscar de melhor figurino e ao Globo de ouro de melhor trilha sonora. As roupas são impecáveis, assim como a maquiagem e a fotografia. E a música compõe as cenas perfeitamente. Como diretora, Madonna até que tenta. Como roteirista, é péssima. É um bom filme para se ver quando não tem nada para assistir na TV. Mas não é recomendável gastar seu rico dinheirinho assistindo.

Título original:W.E.

Direção: Madonna

Produção: Madonna, Kris Thykier

Roteiro: Madonna, Alek Keshishian

Elenco: Abbie Cornish, Oscar Isaac, Richard Coyle, James D’Arcy

Lançamento:2012

Nota: