Crítica: Armadilha (2012)

 Armadilha ATM review

O TÍTULO ORIGINAL DO PÉSSIMO ARMADILHA PODERIA MUITO BEM SER USADO PARA DESCREVER O FILME. O termo chulo ATM significa “ass to mouth” e, no caso de um filme, basta trocar a boca pelos olhos para entender o que estou dizendo. Claro que o próprio nome da obra seria o bastante para deixar claro que se tratava de uma das maiores bombas da temporada, mas fã de filme de terror gosta de acreditar em papai Noel, coelhinho da páscoa e no Atlético-MG sendo campeão brasileiro.

A premissa é até interessante, vamos combinar: três jovens bobinhos (dois caras e uma garota) ficam acuados dentro de um caixa eletrônico 24h numa zona deserta. O medo do trio é causado por um homem estranho e stalker que fica parado na porta do caixa, como se estivesse esperando para eles colocarem os pés para fora e serem assaltados. Para piorar a situação, a porta do caixa está com defeito, o que facilitaria a entrada do assassino do banco – caso ele soubesse disso.

Seguindo uma linha semelhante aos bons Enterrado Vivo e Por Um Fio (e tantos outros que se passam em apenas um único lugar), parecia que ATM seria uma boa para os fãs de horror, mas simplesmente não é. Os personagens são chatos e infantis. Fora o clichê básico do bonitinho bonzinho que é apaixonado pela delícia que está abandonando o trabalho (e não tem a menor ideia de como declarar o seu amor) até o colega chato inoportuno e metido a ser engraçado, quando na verdade é um pé no saco. Os personagens ficam presos, sem celulares (quem anda sem celular, meu Brasil? Nem Obi-Wan Kenobi andaria sem celular em dias atuais), e demonstram ter coragem e medo ao mesmo tempo.

Os momentos de tensão, quando os caras resolvem tomar alguma atitude, simplesmente não funcionam e fracassam na tentativa de emocionar o público, que fica é puto com a tamanha incompetência, burrice e até azar do trio. A conclusão do filme pode soar inteligente para algumas pessoas, mas nunca foi meu estilo gostar de acreditar numa coisa e depois descobrir que tudo foi um “engano”. Claro que não é isso que acontece, a conclusão é digna dos planos dos assassinos da franquia Jogos Mortais, mas não me cativou descobrir que o próprio assassino de ATM parece ter tomado aulas especiais com Jigsaw.

Tenham medo, meus amigos companheiros de boteco. Vamos rezar todos juntos para que o desastroso ATM não tenha uma continuação e se transforme em franquia anual. Pois eu também estou de saco cheio das certezas de todo ano ter um filme X nos cinemas.  Estão tratando isso como se fosse um seriado, e mesmo para quem vê o cinema como uma mistura de obra de arte com produto (que visa o lucro), é ofensivo.