Win Win (@festivaldorio)

QUANDO A VIDA LHE DÁ LIMÕES ESPREMA E FAÇA UMA BELA DE UMA LIMONADA!


Essa é a premissa de Win Win. Depois de ter sido deixado de fora, pelos coleguinhas, do processo criativo de Up – Altas Aventuras, Thomas McCarthy volta com mais uma ótima dramédia sobre convivência entre estranhos. A obra não chega nem de longe ao brilhantismo de O Visitante, porém define muito bem qual é o principal potencial de Thomas, o seu roteiro.
O filme conta a história de Mike Flaherty, um advogado que anda mal das pernas e passa por um processo de intenso desgaste na sua vida. Endividado e com problemas de saúde, Mike encontra no caso de Leo a solução para os seus problemas. Como ele não acha a sua filha, tutora legal, Mike pede a tutela de Leo para receber o seu dinheiro. Porém ao invés de leva-lo de volta pra casa e cuidar dele, o deixa em um asilo para não causar trabalho.


Confesso que filme demora bastante para pegar no tranco. Até os dois personagem principais se conhecerem, todos os plots serem apresentados e Kyle entrar para o time de luta já se passaram meia hora de filme e você não sabe qual é o foco do mesmo. Somos Salvos pela atuação de Paul Giamatti que consegue nos prender nesses primeiros minutos de filme, dando ao seu personagem um quê de “loser” misturado com neurótico… Enfim um equilíbrio entre o drama e a comédia que Giamatti como poucos atores sabe fazer.
Após conhecer o neto de Leo, Kyle, Mike o leva para casa para poder localizar sua mãe, mas como não quer perder a pensão ele leva toda situação em “banho maria”. E é nesse meio tempo que Kyle se envolve com a família de Mike e este descobre que o menino é um grande lutador e que seria um grande trunfo para o seu time. As relações vão se estreitando até que tudo que não passava de uma questão prática e litigiosa se torna pessoal e problemática.

 


 

Nesse meio tempo muita coisa acontece. Kyle se junta ao time de luta, e você pensa que essa vai ser a parte principal do filme quando acaba não sendo. Serve apenas de linha condutora, para que o tempo passe e algumas coisas sejam inseridas na história, como o alívio cômico feito pelos dois técnicos auxiliares Bobby Cannavale e Jeffrey Tambor que como sempre se mostra impecável em cena. Burt Young também dentro das limitações de seu personagem acaba sendo uma grata surpresa. É muito bacana ver os antigos mestres ainda dando um bom caldo nas telonas.
Ao mesmo tempo em que a não ênfase no time de luta ajuda o filme a fugir do clichê faz com que o mesmo se perca. Na terceira parte o ritmo muda completamente para um drama mais forte e a direção não responde a isso. Aliás devo confessar que McCarthy deixou muito a desejar com uma direção perdida, uma fotografia que não chega nem aos pés de O Visitante… Mas enfim, nada que atrapalhe o brilhantismo do roteiro.


Quem também se encontra meio perdido é o novato Alex Shaffer na pele do menino Kyle. Shaffer não consegue em momento algum achar o tom do personagem, fica uma coisa seca e sem nenhuma profundidade. Mas ele é salvo pelo time estrelar que o acompanha na película. Acreditem, até Margo Martindale faz uma pontinha no filme como a advogada da mãe de Kyle.
Win Win esteve na seleção especial do Sundance, no Festival do Rio e conta com uma ótima trilha sonora. Além da trilha original, temos nomes como Jon Bon Jovi e The National, com a linda canção “Think You Can Wiat” que, se bem me lembro, na época foi feita especialmente para o longa. Para quem espera o mais novo hit de Thomas McCarthy o filme beira a decepção, mas pra quem não tem muitas expectativas Win Win é uma ótima pedida cômica.

Nome Original: Win Win
Direção: Thomas McCarthy
Produção: Thomas McCarthy

Jacqueline Brogan
Lori Keith Douglas
Lisa Maria Falcone
Tom Heller
Michael London
Mary Jane Skalski
Erica Tuchman

Roteiro: Thomas McCarthy
Elenco: Paul Giamatti

Amy Ryan
Alex Shaffer
Jeffrey Tambor
Bobby Cannavale
Burt Young
Melanie Lynskey
e Margo Martindale
Lançamento: Maio/2011