Top 10 – As melhores animações de 2016

A SAFRA DE ANIMAÇÕES FOI BOA EM 2016, com vários títulos competindo de igual pra igual com seus primos de carne e osso. Se no ano passado tivemos apenas Divertida Mente votado pela equipe do Buteco entre os melhores longas do ano, pode apostar que neste serão bem mais.

Este ranking passeia do stop-motion à computação gráfica, dos filmes “para toda a família” àqueles indicados apenas para maiores, das adaptações de quadrinhos a roteiros originalíssimos. Confira agora nossas animações favoritas de 2016:

Menções honrosas

Seoul Station

Dirigido por Yeon Sang-ho, do live-action Invasão Zumbi, este longa sul-coreano também trata de um ataque de mortos-vivos, desta vez contado em animação. Embora não traga nada de muito novo para o subgênero zumbi, seus comentários sociais sobre moradores de rua, prostituição e outros temas, além do ótimo visual (especialmente o background urbano), tornam o filme um bom exemplar da rara (infelizmente) mistura de terror e animação.

O Bom Dinossauro

Lançado lá fora em 2015, poucos meses depois de Divertida Mente (que encabeçou nossa lista de melhores animações no ano passado), O Bom Dinossauro ganha pontos pela premissa divertida — um mundo onde os lagartos gigantes nunca foram extintos — e pelo visual impecável. Empalidece, porém, diante do filme anterior da Pixar e também do longa que o estúdio lançou em seguida (e que aparece em uma posição bem melhor nesta lista). Ainda assim, é um filme bonito e sentimental, que vai agradar principalmente aos mais novos.

E agora, o nosso top 10:

10- Kung Fu Panda 3

A terceira aventura do ursídeo lutador traz duas adições de peso ao elenco: J.K. Simmons dublando o iaque Kai, vilão do filme, e Bryan Cranston como o verdadeiro pai do protagonista (spoiler: o ganso não era seu pai biológico!). A série mostra sinais de cansaço após três filmes, mas ainda mantém o clima divertido de seus predecessores.

9- Trolls

Depois de filmes de sucesso baseado em linhas de brinquedos, como Uma Aventura Lego, a franquia Barbie e o live-action G.I. Joe, a Dreamworks teve o desafio de criar uma história a partir do zero para Trolls. Com um roteiro escrito por Jonathan Aibel e Glenn Berger, da franquia Kung Fu Panda, o filme conta uma série de piadas divertidas e momentos um tanto que reflexivos, assim como já estamos acostumamos a ver nos filmes da Pixar.

Os protagonistas Poppy e Tronco funcionam super bem, servindo de contraponto para choques de personalidade (alegria vs. tristeza). O que não é nenhuma novidade, considerando o vencedor do Oscar de animação de 2016. Mesmo com muita fofura e muita cor, o que chama atenção mesmo é a trilha sonora recheada de músicas pop. Afinal, o produtor musical é nada menos que Justin Timberlake, que consegue agradar tantos os adultos quanto as crianças. (Victor Tavares)

8- Batman – O Retorno da Dupla Dinâmica

O Batman esteve por todo canto em 2016: compartilhando memórias maternas com o Homem de Aço em Batman vs Superman, dando um oi em Esquadrão Suicida e até retornando em animação às telonas com a adaptação da clássica A Piada Mortal, que decepcionou um pouco por conter um prólogo imenso sem nenhuma relação com a HQ de Alan Moore e Brian Bolland.

Mas outra animação passou meio batida e vale a conferida – principalmente pra quem está cansado de tanta sisudez no Homem-Morcego. Em O Retorno da Dupla Dinâmica temos ninguém menos que Adam West e Burt Ward dublando Batman e Robin num longa que reproduz com perfeição o espírito zoado da série que eles protagonizaram nos anos 60. Tem de tudo: onomatopeias na tela, bat-trecos bizarros, piadas metalinguísticas e todos os personagens clássicos, incluindo a Mulher-Gato (também dublada por sua intérprete original, Julie Newmar), Coringa, Charada, Pinguim, o Chefe O’Hara e até a tia do Batman. Santa nostalgia!

7- Asterix e o Domínio dos Deuses

Chegando com dois anos de atraso aos cinemas brasileiros, a primeira aventura de Asterix em computação gráfica foi uma grata surpresa. O roteiro adapta uma das melhores histórias de René Goscinny, na qual Júlio César lança mão de uma nova tática para derrotar os irredutíveis: construir uma colônia romana bem ao lado da aldeia e sufocar gradativamente a cultura gaulesa.

Misturando o cartunesco ao realismo num visual bastante fiel ao estilo de Albert Uderzo, o longa faz graça ao mesmo tempo que aborda inflação, escravidão e outros temas sérios.

6- Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, o Filme

A estrutura de Peanuts: O Filme é a mesma dos famosos episódios animados de outrora, e o roteiro desenvolve uma dupla jornada das principais criações de Charles Schulz: o tímido e melancólico Charlie Brown e seu cachorro beagle que vive sonhando acordado.

Os temas também são clássicos dos personagens. Se, por um lado, Charlie Brown tenta impressionar a menina ruiva, por outro, Snoopy desenvolve um dos principais temas de sua síndrome de Walter Mitty e pilota sua casinha como se fosse um aviador de guerra constantemente perseguido pelo famoso Barão Vermelho.

O uso do CGI pode incomodar um pouco os saudosistas dos desenhos feitos a mão, mas é inegável que a animação foi muito bem feita. Uma ótima oportunidade para os pais mataram a saudade dos personagens de sua infância enquanto os apresentam a seus filhos. (Leonardo Carnelos)

5- Festa da Salsicha

Animações politicamente incorretas conquistam o meu coração. Com uma pegada adulta e cheia de conotações sexuais “implícitas”, Festa da Salsicha é uma comédia hilária que fala sobre o que acontece com os alimentos depois que eles deixam os supermercados. (Tullio Dias)

4- Procurando Dory

Quando anunciaram a continuação do incrível Procurando Nemo confesso que fiquei um tanto chateado. Não me parecia um projeto que merecesse sequência e senti que seria um mero caça-níquel. Subestimei o poder da Pixar em nos encantar e emocionar.

Procurando Dory apresenta uma inesperada história sobre a origem da sequelada Dory. É um típico caso de obras que já arrancam lágrimas do seu público nos minutos iniciais sem parecer forçado. Ao transformar a perda de memória da personagem num grande arco dramático, o longa-metragem realiza uma curiosa relação com drama e humor.

Essa é a arte das obras da Pixar: transformar algo que seria motivo de dor e tristeza numa emocionante história sobre amor e amizade. (Tullio Dias)

3- Kubo e as Cordas Mágicas

Kubo e as Cordas Mágicas apresenta a história de um moleque de um olho só que precisa fugir desesperadamente do desejo de vingança do próprio avô, sedento por poder e pelo olho que sobrou. Pois é. E você pensando que a sua família era complicada!

Com vozes de Matthew McConaughey e Charlize Theron, a trama se desenvolve cumprindo alguns clichês no seu roteiro parcialmente previsível, mas que ainda assim consegue cativar o público infantil e adulto. Engraçado notar que Kubo consegue ser eficiente e prender a nossa atenção mesmo depois que conseguimos antecipar o que irá acontecer na narrativa. É um belo exemplar de ação, daqueles que você pode comprar e assistir mil vezes com sua família. (Tullio Dias)

2- Anomalisa

A animação de Charlie Kaufman pode causar estranhamento em quem não está acostumado com seu trabalho, mas isso é momentâneo e a sutileza do filme conquista. Ao mesmo tempo em que se trata de um filme fofo, é perturbador quando mostra as consequências da solidão não aparente e evidencia o poder de uma pessoa sobre a outra. (Graciela Paciência)

1- Zootopia

Depois de Detona Ralph, Frozen e Operação Big Hero, a Disney Animation mostra que continua em uma ótima fase e acerta novamente, entregando a melhor animação do ano. Zootopia é daqueles filmes que criam um mundo cheio de detalhes incríveis, coadjuvantes que roubam a cena (as preguiças, estrelas dos trailers, são apenas um dos exemplos) e um roteiro que ganha surpreendentes cunhos sócio-políticos sem nunca deixar de ser engraçado à beça.

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