O sueco Ingmar Bergman foi um dos diretores de cinema mais aclamados de todos os tempos. A doçura poética de suas obras carrega diversos e profundos temas filosóficos. Aventurar-se no cinema deste diretor é um verdadeiro exercício metafísico. Ingmar trabalhou, especificamente com algumas pautas, como a “velhice”, o “tempo”, a “religião” e a “morte”. Porém, conforme mencionado, ele costumava velar tais temas através de uma produção fílmica caprichada, bela e harmônica. A seguir, selecionamos uma série de fascinantes filmes que se destacaram durante a carreira de Bergman:
- O Olho do Diabo:
“A castidade de uma mulher é um terçol no olho do Diabo”.
Uma comédia de destaque na filmografia de Bergman. A premissa possui seu foco na dualidade entre o espiritual e o carnal. Na história, o diabo é um dos principais personagens do filme e ele possui uma missão importante: impedir que uma jovem de vinte anos prestes a se case virgem. Para isso, ele envia Don Juan à Terra e este tenta persuadir a garota a perder a virgindade, divertindo os espectadores com suas ideias e argumentações.
- A Fonte da Donzela:
Um drama pesado criado por Bergman, com uma aura perturbadora e marcado por violência física, moral e psicológica. Uma obra ousada do diretor que gira em torno (novamente) da religião, pois se passa em um período histórico em que o mundo se dividia entre o Cristianismo e o Paganismo. Na premissa, um casal de cristãos fervorosos pede que sua filha de quinze anos leve velas para a igreja da região e as acenda para a Virgem Maria. A menina é brutalmente estuprada por dois homens.
Esta produção tornou-se um dos trabalhos mais populares e aclamados do diretor. A passagem do tempo é o tema que tange a atmosfera do filme. O tempo carrega em si inúmeras emoções e induz o homem a várias considerações. A morte e as lembranças do passado são algumas dessas ideias que ele nos traz. É um filme reflexivo e extremamente poético que se passa nos planos do presente e do passado.
- Quando Duas Mulheres Pecam:
Neste filme, praticamente apenas uma personagem possui diálogos e, portanto, esta produção é quase um monologo. Tal personagem expõe seus sentimentos e reflexões em suas falas. Bergman criou neste filme um de seus textos mais filosóficos que são bordados por uma densa atmosfera existencialista.
Baseado numa peça de teatro de autoria do próprio diretor, o filme apresenta um roteiro emblemático e simbólico, e sua história gira em torno das figuras de Deus e do Diabo, tendo a morte como ponto de partida. A ambientalização e fotografia soturnas mescladas com o perfil indagador das personagens e com um roteiro sublime, transmitem em conjunto um clima sombrio ao filme.