Os 25 Melhores Filmes de 1995

O Cinema de Buteco realizou uma votação muito especial para escolher os 25 melhores filmes de 1995. Qual é o seu favorito?

Melhores Filmes de 1995 - Fogo Contra Fogo destaque

VOCÊ SE LEMBRA DO CINEMA DE 1995? Recentemente publicamos uma lista com algumas das recordações mais legais dos filmes lançados há 20 anos. Alguns leitores se empolgaram tanto com o resultado que pediram por uma lista diferente e que mostrasse apenas os melhores filmes daquele ano.

Demorou um pouquinho para ficar pronto, mas finalmente reunimos todos os votos e preparamos um material bem especial para servir de guia definitivo do cinema de 1995. Agradecemos aos participantes e especialmente aos leitores Itamar Costa, Letícia Pinho e Mayara Gonçalves que pediram por essa lista.

Um ano histórico: conheça os 25 melhores filmes de 1995.

Clique aqui para conferir as listas individuais e saber quem participou!

Poster 1995 Showgirls

25- Showgirls, de Paul Verhoeven

“Imagino o seu choque ao ver logo de cara aquele que é considerado por muitos como o pior filme de todos os tempos numa lista de melhores filmes de 1995. Pode até pensar que o pessoal do Cinema de Buteco realmente faz questão de beber muito antes de escrever os artigos. No entanto, Showgirls merece fazer parte de nossa lista não apenas por ter a assinatura de Paul Verhoeven, mas por ser uma grande piada com a maneira de se fazer cinema. Oras, não existe nada capaz de defender o longa-metragem, mas e se a obra tiver sido produzida justamente com essa intenção de pegar atores abaixo do medíocre e servir como uma paródia de toda a indústria? Nesse ponto, os haters precisam torcer o nariz, e aceitar que Verhoeven fez um excelente trabalho.”

Tullio Dias

Showgirls não apenas passa muito, mas muito, ao largo da ruindade, como é um filme de rara sensibilidade, de qualidades latentes e até bem evidentes. Um grande filme, até arriscaria dizer, que se peca em algo, é em apostar na capacidade do espectador de furar as camadas mais evidentes e prestar atenção nas entrelinhas e sutilezas.”

Marcelo Muller, do site Papo de Cinema.

Nada melhor que o tempo para acalmar o temperamento coletivo, que sempre reavalia o seu (des)entusiasmo quando o calor do momento se dissipou. Se Instinto Selvagem já tinha escandalizado a Hollywood noventista, a dupla Paul Verhoeven e Joe Eszterhas se livrou de todas as amarras três anos depois com Showgirls, até hoje o maior sucesso comercial de um filme lançado com a classificação NR-17, geralmente associada a produções pornográficos. Na jornada circular da heroína nada convencional Nomi Malone (Elizabeth Berkley, fazendo bom uso de sua canastrice), há uma cafajestice de contagiar até mesmo o dono do coração, impregnado principalmente em diálogos e interações eróticas impagáveis. Um luxo!

Alex Gonçalves, editor do site Cine Resenhas


Poster Razão e Sensibilidade Sense and Sensibility 199524- Razão e Sensibilidade, de Ang Lee


 

“O trabalho de reconstituição de época é primoroso, em todos os detalhes – a sensação que realmente estamos vendo algo filmado no século passado. Os figurinos também estão incríveis. Mas sem dúvida o grande destaque fica para a direção de arte que além de encontrar locações perfeitas, desenvolveram cenários lindos para cada momento do longa.”

 

Kadu Silva, do site CCINE10

“Ang Lee é o diretor de uma das melhores adaptações da obra de Jane Austen para os cinemas.”

Ivan Magalhães

Alternando entre planos gerais que valorizam as paisagens e closes que realçam as atuações, Ang Lee aposta numa direção clássica e sem muitos invencionismos para transformar em imagens o excelente roteiro de Emma Thompson. Apesar disto, o diretor emprega interessantes movimentos de câmera que ajudam a transmitir as sensações que deseja.

Roberto Siqueira, do site Cinema e Debate

Poster As Pontes de Madison The Bridges of Madison County 199523- As Pontes de Madison, de Clint Eastwood

“Está pronto para a sessão de lágrimas? Pois é isso que vai acontecer ao assistir As Pontes de Madison, do diretor Clint Eastwood, que depois de largar os tipos truculentos da série Dirty Harry, mostrou toda a sensibilidade atrás das câmeras. Além de dirigir, ele dá vida ao personagem Robert, um fotógrafo que percorre o mundo por sua profissão, até chegar numa cidadezinha para fotografar as tais pontes do título, é então que conhece Francesca, ninguém menos que Meryl Streep, estupenda como sempre, que leva uma vida simples, sem perspectiva, mas satisfatória, com seu marido e filhos. Não, não pense que está diante de um filme de amor comum, o enredo pode ser clichê, mas os contornos criados pelo habilidoso diretor ao longo da projeção vai fazer você repensar sobre o tema. Veja sem julgamentos e surpreenda-se com um dos filmes mais emocionantes da história do cinema. “

Juliana Uemoto

“É um bom filme apesar de simples e sem muitos recursos, de uma época que dois atores e um bom texto já bastavam para fazer um clássico tanto que a história rendeu algumas versões teatrais, talvez não muito expressivas ao falar de um assunto que já não faz mais parte da nossa realidade atual.”

Loverci Ferreira, do site CCINE10

Poster Rápida e Mortal The Quick and the Dead 199522- Rápida e Mortal, de Sam Raimi

“Filmar western em pleno ano de 1995 pôde ser considerado, além de sinal de resistência, atitude fetichista. Sam Raimi, então um diretor de afamada carreira no cinema mais ligado ao terror, incursiona pelo oeste selvagem resgatando esse gênero que tanto contribuiu não apenas para a consolidação dos EUA como potência cinematográfica, mas para a própria linguagem do cinema. Sabe-se lá por que, o público passou a não mais responder nas bilheterias aos chamados vindos das pradarias, dos ranchos, dos valorosos e crápulas pistoleiros apresentados na tela. Ou seja, trazer de volta o western sabendo do provável fracasso nas bilheterias é, além de declaração de amor, por que não, um ato político.”

Marcelo Muller, do site Papo de Cinema

“Sharon Stone é a protagonista de um western sensacional que ainda tem Russell Crowe e Leonardo DiCaprio no elenco. Isso sem falar da direção sempre interessante de Sam Raimi. Uma obra obrigatória para os fãs do gênero.”

Tullio Dias

Os Ultimo Passos de um Homem - Melhores Filmes de 199521- Os Últimos Passos de um Homem, de Tim Robbins

“Forte, pungente, arrebatador, Os Últimos Passos de um Homem é assim, um filme que incomoda, que toca fundo nas feridas. O enredo conta a história da freira Helen que, atendendo ao pedido de Matthew, um condenado a pena de morte, acompanha seus últimos dias de vida. A religiosa vivida pela sempre competente Susan Sarandon vive um dilema existencial, chegando até duvidar da sua fé e do seu papel como líder espiritual. Em contrapartida Sean Penn em mais uma atuação visceral, representa o detento que precisa ser eliminado da sociedade que causou dor, seu rosto marcante parece inclusive reforçar uma brutalidade latente. Esta é só a premissa para o diretor Tim Robbins esmiuçar sobre a natureza humana e a questão da pena de morte dentro do contexto da sociedade cristã norte-americana. Está preparado para a polêmica e para rever preconceitos? Pague o ingresso e não vai se arrepender! O fato é que independentemente da crença ou opinião ninguém sai imune a esse drama.”

Juliana Uemoto

Os Últimos Passos de um Homem é daqueles filmes que ficam em nossa cabeça, retornando em uma frase, uma cena, um olhar. Tocante, envolvente, denso. Principalmente por não tomar partido. As cartas são postas na mesa e cabe ao espectador tomar suas próprias conclusões.”

Amanda Aouad, do site Cine Pipoca Cult

Poster Empire Records Império dos Discos 199520- Empire Records, de Allan Moyle

“Assim como O Clube dos Cinco e vários outros clássicos da juventude, Empire Records retrata os jovens dos anos 90. Estranhamente mais reverenciado hoje do que em seu lançamento, em 1995, o filme tem o mérito de trazer as então mocinhas e lindas Liv Tyler e Renée Zellweger, além de uma seleção musical fantástica que conta com AC/DC, The The, Edwyn Collins, Cranberries, Gin Blossoms, Dire Straits e várias outras bandas que nunca despontaram, mas ao menos uma música boa elas lançaram. Exatamente a da trilha. Se o calor e a simpatia da história não te tocarem, ao menos escute as músicas. “SugarHigh” está na minha playlist diária.”

Marcelo Seabra, do blog O Pipoqueiro

“Se eu precisasse recomendar para alguém um filme parecido com Alta Fidelidade, provavelmente falaria de Empire Records. A obra totalmente desmiolada é um claro exemplo do quanto a paixão pela música e pela nossa fase adolescente afeta nosso julgamento sobre o que é bom ou ruim. E nesse caso, sinceramente, o que importa de verdade é toda a diversão que o longa-metragem oferece.”

Tullio Dias

“Partindo de uma premissa simples, porém interessante, Empire Records utiliza-se de uma formula que estava em alta nos anos 90: filmes que envolvem jovens com bandas ou tem a musica como elemento primordial. E Empire Records não foge a regra apoiando-se na trilha sonora, em citações musicais, metalinguagem, além do já citado elenco jovem.”

Marcelo Rodrigues

19- Um Sonho Sem Limites, de Gus Van Sant

“Como não podia deixar de ser, a direção primorosa de Gus Van Sant tira o melhor de cada ator.”

Tullio Dias

“Colocando Van Sant e Kidman à prova, Um Sonho Sem Limites se tornou um dos trabalhos mais respeitados da filmografia de ambos, angariando indicações e prêmios, incluindo um Globo de Ouro para Kidman. Independentemente das dúvidas, a dupla construiu um filme e uma personagem inesquecíveis, que continuam atuais e relevantes. O roteiro de Buck Henry possui frases memoráveis, sendo uma especial quando Suzanne diz: “Você não é alguém, se você não está na televisão.”. Digna de um programa sensacionalista, Suzanne Maretto faria loucuras se vivesse na era das redes sociais.”

Marcelo Muller, do site Papo de Cinema

Gus van Sant prestou uma contribuição imensa ao cinema independente americano pelo registro bem próximo de indivíduos marginalizados, como os de Drugstore Cowboy e Garotos de Programa. Entre o início de carreira promissor e a consagração com Gênio Indomável, houve Um Sonho sem Limites, um filme nem sempre lembrado como deveria. Com base em um romance de Joyce Maynard, o diretor teceu um retrato explosivo sobre o fascínio pelo sucesso midiático em uma época em que a tevê ainda não viabilizava obsessivamente os seus realities shows e quadros com celebridades instantâneas. Tudo narrado com humor negro e uma Nicole Kidman que fisga o seu papel com uma malícia avassaladora.

Alex Gonçalves, editor do site Cine Resenhas

Melhores Filmes de 1995 - A Beira da Loucura18- À Beira da Loucura, de John Carpenter

“Carpenter oferece ao espectador um curioso jogo de metalinguagem ao deixar claro que tudo que acontece na tela não passa da encenação do livro mais recente do escritor apresentado na trama.”

Tullio Dias

“O primeiro filme de John Carpenter que me recordo ter assistido me deixou um tanto atordoado. Até hoje, não sei se gostei ou não, mas não posso negar que me causou uma impressão forte. Qualquer dia, tomo coragem e assisto a ele novamente. Mas com as luzes acesas.”

Marcelo Seabra, do blog O Pipoqueiro

Poster Patricinhas de Beverly Hills Clueless 199517- As Patricinhas de Beverly Hills, de Amy Heckerling

As Patricinhas de Beverly Hills foi um dos primeiros filmes a prosperar na arte de transformar a crítica aos comportamentos adolescentes em uma mistura inteligente de sátira e indulgência. Como seus filhos Meninas Malvadas (2004) e A Mentira (2010), ele jamais se propôs a tocar na vertente existencial da adolescência (como John Hughes fazia tão bem), e sim apontar de forma irônica e até mordaz a mistura entre intensidade e superficialidade que é vivida durante a adolescência. Baseado em Emma, de Jane Austen, Patricinhas se garante como um clássico descompromissado para qualquer adolescente – sejam os populares, excluídos, drogados, atletas ou wannabes. Alicia Silverstone nunca esteve tão linda, Brittany Murphy nos oferece bem mais do que os papéis de loira boba que fez nos últimos anos de sua vida e Paul Rudd (com cara de quem nem tinha nascido ainda) é o mocinho que toda Cher gostaria de encontrar — apesar da leve sugestão de incesto.”

Rachel Brandão, do site Judão e Audiograma

“Uma nova adaptação de Emma, livro de Jane Austen publicado em 1816, não poderia ter tanto frescor e acidez quanto As Patricinhas de Beverly Hills. Com uma Alicia Silverstone no auge e um Homem-Formig… Ops, Paul Rudd em ascensão, o filme, além da engraçado, faz troça com 90% das comédias voltadas para o público adolescente que o precederam.”

Marcus Alves

“A comédia estrelada por Alicia Silverstone é um divertido retrato sobre ser jovem, rico e fútil, e de como nossas vidas se transformam quando nos apaixonamos.”

Tullio Dias

Poster Don Juan DeMarco 199516- Don Juan DeMarco, de Jeremy Leven

“Em 1994, na cidade de New York, Don Juan (isso mesmo o famoso amante espanhol) tenta se suicidar por causa de um amor não correspondido. O enredo inicialmente absurdo esconde um filme encantador, repleto de romantismo e lirismo, que ainda tem o mérito de reunir o mito Marlon Brando, na pele do psiquiatra Doutor Jack que ajuda o amante a superar o trauma, Johnny Depp, personificando o latin lover, e a eterna pantera Faye Dunaway, como Marilyn, a esposa do médico. Esta relação com o ilustre paciente vai mudar a visão de Jack sobre o amor e, consequentemente, transformar seu casamento. Prepare-se para se apaixonar por esse delicioso conto de fadas! Surpreendente ainda é assistir a um Marlon Brando leve, divertido, bem distante daquele carrancudo que ficamos acostumados a ver, uma verdadeira lição de interpretação. “

Juliana Uemoto

Don Juan deMarco é um conto de fadas para gente grande. Tem o herói, o vilão e a fantasia. Mexe com nossa imaginação e credulidade. A mistura do real e do fantasioso é feita de forma única, banhada a ouro pela atuação de Johnny Depp e Marlon Brando. Ambos em defesa do amor, ironicamente verdadeiro. Com certeza um clássico do Cinema; desses que, no passado, a fita estragava na locadora de tanto ser reproduzida.”

Cassio Gabus

“Um filme que tem um quote desses: ‘Sadly, I must report that the last patient I ever treated, the great lover Don Juan DeMarco, suffered from a romanticism which was completely incurable, and even worse, highly contagious.’ merece todo o meu carinho e amor.”

Tullio Dias