Review Fear the Walking Dead s01e01 – Fear

A estreia do spin off de The Walking Dead dá um verdadeiro show de suspense e tensão.

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Acompanho The Walking Dead desde que surgiram os rumores de que em breve seria lançada uma série sobre zumbis. Tive um relacionamento à distância em que toda segunda-feira a noite assistia ao episódio da semana simultaneamente com a garota numa conversa por Skype. Para logo na sequência começar a conversar e discutir o episódio.

O relacionamento acabou. The Walking Dead está indo para o seu sexto ano e agora somos presenteados com um spin off com uma qualidade surpreendente. A estreia de Fear the Walking Dead dá um verdadeiro show de suspense e tensão, além de nos deixar arrepiados com cada momento em que os personagens não tem a menor ideia do que está prestes a acontecer, mas nós temos. Nós estamos muito conscientes do perigo que se aproxima.

De cara somos apresentados a Nick (Frank Dillane), um adolescente drogado que acorda numa igreja abandonada e descobre que a sua peguete está devorando um outro cara. Em qualquer outra situação isso seria algo bem escroto da parte dela, mas a garota usando uma camiseta e calcinha está literalmente comendo o rosto de um outro sujeito. Na dúvida se aquilo era real ou apenas um detalhe da sua “viagem”, Nick prefere sair correndo e se mandar dali o mais rápido possível. Dillane, diga-se de passagem, se revela como um dos talentos do elenco. Não é fácil convencer o espectador que você é viciado e dependente químico, mas o ator consegue vender a ideia. Nós sentimos o quanto ele está atormentado por não saber se aquilo era real ou não – e o quanto se incomoda com os olhares da mãe Madison Clark (Kim Dickens) e do padrasto Travis Manawa (Cliff Curtis), que acham que o moleque pirou de vez.

Nick convence Travis a ir até a igreja para encontrar os corpos e descobrir se era apenas uma ilusão. E com isso temos uma das melhores sequências de suspense da história de The Walking Dead, incluindo a série principal. Travis caminhando pela igreja abandona e escura nos deixa sem piscar e imaginando o pior a qualquer momento. Não acontece, mas a direção eficiente cria toda a atmosfera para nos convencer disso.

Outro detalhe interessante da estreia de Fear the Walking Dead é observar o comportamento dos moradores de rua. Num primeiro momento, eles aparecem num parque cheio de pessoas. Já num segundo momento, o parque está deserto e existe apenas um morador de rua se arrastando daquele jeitinho que já estamos acostumados.

Em Walking Dead sempre nos perguntamos como é que tudo havia começado e temos uma pequena ideia que tudo começou com uma (ainda) misteriosa gripe. Acompanhamos uma dinâmica interessante com os zumbis ainda em minoria e conseguindo seus espaços aos poucos, sem pressa, mas com um movimento sem freios para reverter a situação e nos deixar exatamente aonde começamos em Walking Dead, quando Rick acorda e descobre que as coisas deram muito errado.