crítica de a volta dos mortos-vivos

A Volta dos Mortos-vivos (1985)

POSTER A VOLTA DOS MORTOS VIVOSO CINEMA DE BUTECO ADVERTE: A crítica de A Volta dos Mortos-Vivos é um filme de 1985 e se você reclamar que o texto tem spoiler, vai receber outro spoiler na sua cara!

A Volta dos Mortos-Vivos (The Return of the Living Dead, 1985) é uma divertida produção zumbi bagaceira, daquelas que a maioria dos fãs de The Walking Dead reclamariam por horas. Afinal, nós não estamos mais no clima de comprar ideias toscas de zumbis comedores de cérebros vivinhos, não é mesmo?

O renomado crítico Roger Ebert escreveu que poucos filmes têm a coragem de assumir suas referências explicitamente. Em A Volta dos Mortos-Vivos isso acontece de uma maneira bem curiosa. Primeiro os créditos iniciais AFIRMAM que se trata de uma história REAL. Depois os personagens citam NOMINALMENTE A Noite dos Mortos-vivos como um evento inspirado numa tragédia que o governo tentou acobertar.

Poderia ser uma citação gratuita, mas definitivamente não é!

Um dos personagens explica para o novato em seu primeiro dia de trabalho (e também para o público, num raro exemplo positivo de uso de diálogos expositivos) que os zumbis foram capturados e estão presos dentro de um tanque no subsolo da empresa. (Porque isso faz sentido e tal)

No entanto, as coisas acabam fugindo do controle e um gás tóxico é liberado. A grande consequência é que o gás possui a capacidade de reanimar os mortos (por isso o título) e a trama, naturalmente, se passa próxima de um cemitério.

A Volta dos Mortos-vivos é uma delícia. Dito isso, e espero que tenha deixado claro que GOSTO do filme, acredito que seja também a obra ideal para a gente assistir na companhia de bons amigos e da boa e velha Kátia, de “katiacha”. Tenho plena convicção que qualquer alteração no nosso estado mental possa proporcionar experiências únicas enquanto desfrutamos do trabalho de Dan O’Bannon (autor do roteiro de Alien – O Oitavo Passageiro).

Por exemplo, quem sabe sob efeito de álcool, a gente não entenda COMO uma das personagens achou por bem tirar a roupa e dançar sensualmente num cemitério, após declarar um desejo mórbido de ser assassinada cercada por homens feios arrancando pedaços do seu corpo (lógico que o fetiche virou profecia e a Vandinha Adams das drogas virou zumbi).

Outra cena memorável é quando um dos personagens começa a fugir de um zumbi anão. Bem, se As Brasileirinhas fez um filme pornô com um anão, qual o problema de ver um zumbi anão se alimentando e tocando o terror? E que tal o zumbi gosmento que grita “Cérebros vivos”, seguindo de perto o que George Romero havia feito em Dia dos Mortos ao apresentar o zumbi falante Bub.

No entanto, não é só da tremenda falta de noção que vive A Volta dos Mortos-Vivos. Me incomodou profundamente o excesso de gritos de dor e sofrimento dos personagens. Mais até que muitas das cenas gráficas (que em nada se aproximam da realidade ou de produções mais violentas, como tantas que assistimos normalmente), os gritos de dor causam desconforto pelo excesso.

A Volta dos Mortos-vivos não é nem de longe uma dica imperdível ou indispensável para amantes desse subgênero gosmento e meio podre. Ainda assim, um passatempo divertido e cheio de momentos em que o público se pergunta o que diabos a equipe responsável consumiu para ter uma ideia tão (deliciosamente) absurda!

Veja a crítica de A Volta dos Mortos-vivos no projeto 365 filmes em um ano no nosso canal do YouTube: