Crítica: De Repente Pai

de repente pai
DE REPENTE PAI É UM DAQUELES FILMES QUE A GENTE COSTUMA TER UMA PREGUIÇA INICIAL e depois que começa a assistir se apaixona perdidamente. Confesso que quase preferi “pular” esse lançamento de 2014, mas estou feliz por ter dado uma chance e mais ainda: ter visto esse filme justamente em pleno dia dos pais. Risos e lágrimas se misturaram facilmente, e não sei se é apenas por eu ser um chorão sentimental.

Baseado numa história real de um doador de esperma norte-americano que descobriu ter mais de 100 filhos, De Repente Pai é refilmagem de um longa-metragem canadense chamado Starbuck (2011). Se é melhor que o original, eu não sei – e provavelmente nunca irei saber. Sou sincero. A trama acontece em torno desse sujeito imaturo e meio “loser” que sofre uma verdadeira transformação depois de descobrir que é pai. Como dizem, isso muda a pessoa. E nesse caso, o que aconteceu foi um verdadeiro banho de responsabilidade.

Estrelado por Vince Vaughn (Os Estagiários) e Chris Pratt (Guardiões da Galáxia), o grande mérito da obra está no carisma do protagonista. Vaughn é mais do mesmo em todos os seus filmes. Já nem sei mais se é possível avaliar um desempenho do ator, ou sequer entender se ele está atuando mesmo ou apenas sendo ele mesmo mais uma vez. O curioso é que isso não incomoda. Estamos tão acostumados a ver o ator interpretando personagens imaturos e irresponsáveis, que no meio de uma história tão complicada até funciona como uma luva. O bacana mesmo é ver o timing cômico de Pratt levando o espectador ao delírio durante uma entrevista coletiva na parte final da produção.

Dito isso, vamos admitir que De Repente Pai merece entrar facilmente em listas de melhores filmes sobre pais, mas está muito longe de possuir profundidade técnica ou uma linguagem cinematográfica sofisticada. A direção se preocupa apenas em conduzir a história de maneira eficiente, sem se arrastar ou enrolar demais, mas com uma cara de sessão da tarde que não tem como disfarçar. E isso não é ruim, no final de contas, pois a proposta do filme é muito bem representada e funciona bem para atingir os espectadores. Independente deles já serem pais ou não, como no meu caso.

De Repente Pai é indicado para todo mundo que um dia sonha em experimentar o milagre de formar outra vida com alguém. De saber o quanto o sentimento familiar, de ser importante para outra pessoa é importante, bonito e faz a diferença. Em tempos de filmes cínicos e ácidos, uma autêntica sessão da tarde cai muito bem e nos deixa com uma sensação boa de otimismo e leveza. Coisa que poucas obras conseguem oferecer, diga-se de passagem.

poster de repente pai

[tresemeia]