Freddy vs Jason

O encontro de dois dos maiores assassinos que o cinema já produziu (o primeiro é John Rambo, haha) sempre habitou o imaginário dos fãs do gênero terror. Não é para menos, afinal tanto Freddy Krueger e sua série A Hora do Pesadelo, quanto Jason Vorhess de Sexta-feira 13, lançaram dúzias de filmes entre os anos 80/90 e eram sinônimos de medo no cinema. Tanto pela história dos filmes quanto pela qualidade duvidosa dos mesmos. No começo dos anos 2000, a New Line tentou recuperar as suas duas franquias de maior sucesso e lançou esse crossover “épico” com a direção de Ronny Yu, responsável por A Noiva de Chucky, que é um clássico do trash.
A última coisa que se pode esperar é que o roteiro tenha algum sentido, principalmente se tratando de filmes desses dois titãs do terror. Logo no começø Freddy Krueger explica que ele só tem força enquanto existirem “crianças” que sintam medo de sonhar, mas muitos anos se passaram e as autoridades conseguiram controlar os sonhos daqueles que poderiam dar o combustível para o retorno do grunge mais cruel de todos os tempos. Porém, Krueger conseguiu descobrir, nos confins do inferno, alguém que pudesse fazer com que as pessoas voltassem a ter medo: Jason Vorhess. Até aí tudo bem, mas o problema é que Jason também estava morto e pelo que me recordo das aulas de ciências, quem esta morto não pode sonhar… Independente desse furo, Freddy consegue entrar num sonho (ou seria o purgatório?) de Jason e o traz de volta a vida (?). Só que o que era para ser apenas uma pequena matança suficiente para retomar o medo nos habitantes da cidadezinha, acaba fugindo do controle e Freddy acaba se revoltando com o ex-jogador frustrado de hockey. Afinal, qual a graça de recuperar as forças para poder matar novamente se existir alguém matando todo mundo na vida real?
O combate entre os dois personagens se torna inevitável e quando acontece, chega a dar vergonha alheia. Pelo menos o filme serve para entreter e causar boas risadas, pois é impossível não rir do desespero de Freddy ao tentar matar Jason e não conseguir de jeito nenhum. Aliás é engraçado a sensação de acabar torcendo por Jason no embate fora do mundo dos sonhos. Só pelo prazer de ver o Freddy Krueger se foder, o que acontece no final da luta final entre os vilões. Será que os produtores realmente pensaram que o público iria achar graça em ver os dois personagens brigando no tapa?
São duas caipirinhas com cachaça Chora Rita.