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Como a magnata do pop transformou salas de cinema em uma verdadeira pista de show

Ah, meus amigos e amigas, o que temos aqui é um espetáculo de como a cultura moderna é um redemoinho de consumismo e idolatria. Taylor Swift, a magnata do pop, decidiu lançar um daqueles filmes concerto nos cinemas, onde você paga caro (inteira custando R$ 80 nos cinemas de Belo Horizonte) para assistir a um show que já aconteceu. O que poderia ser mais brilhante, não é?

Vejam, isso não é apenas uma expressão da idolatria dos jovens, é uma celebração do capitalismo em seu estado mais puro. Taylor Swift, uma empresária astuta, sabe como “colher o amor” (para não dizer explorar) dos seus fãs leais. Ela lançou um produto, um filme, que os fãs vão consumir sem pensar duas vezes, mesmo depois de pagarem por ingressos do show verdadeiro, que foi mais caro do que uma cirurgia plástica feita por um cirurgião famoso. Claro que aqui, pelo menos, não se trata de um problema da Swift, e sim da indústria: os preços dos ingressos dos shows no Brasil são IMORAIS.

E isso não é tudo, meus amigos. Esse filme é um exemplo perfeito de como a cultura pop moderna é um espetáculo consumista. Os jovens, e até mesmo os não tão jovens, estão dispostos a pagar preços injustos para ver suas celebridades favoritas, e isso, meus caros, é um exemplo claro de como a idolatria das celebridades se tornou uma religião moderna.

E o que eles recebem em troca? Um espetáculo elaborado, com luzes piscantes, coreografias ensaiadas e as músicas que amam. É um show, sem dúvida, mas é também uma demonstração de como o consumismo e a idolatria são alimentados por essa cultura de celebridades.

E a ironia é que as pessoas compram isso, não porque precisam, mas porque querem fazer parte da tribo dos fãs. Querem mostrar para o mundo o quanto são leais a Taylor Swift ou a qualquer outra celebridade. Elas pagam por um sentimento de pertencimento, por um breve momento de fama compartilhando fotos do show nas redes sociais. Os fãs seguem cegamente as celebridades, como se fossem seus gurus espirituais, e estão dispostos a gastar seu dinheiro suado para alimentar esse ciclo interminável de consumismo e idolatria.

Eu não culpo Taylor Swift por capitalizar sua popularidade. Ela é apenas uma empresária inteligente navegando nas águas do capitalismo. Mas o que me preocupa é o que isso diz sobre a nossa sociedade. Estamos tão obcecados com a fama e o sucesso que estamos dispostos a gastar fortunas para nos sentirmos parte dessa cultura de celebridades – mesmo pela tela do cinema.

A idolatria das celebridades é um negócio lucrativo, e os fãs são os consumidores fiéis desse espetáculo sem fim. É uma dança perigosa entre o desejo de pertencer e o desejo de consumir, e todos nós estamos presos nesse ciclo, como ratos em uma roda.

E como foi o filme concerto?

Ah, a histeria dos “swifties”, esses seres que transformam uma simples sessão de cinema em um espetáculo de adoração à divindade pop Taylor Swift. Como se o filme fosse uma missa e ela, claro, a santa padroeira do pop. Acho que nunca vi tanta gente disposta a pular como se estivessem em um ritual de exorcismo musical.

Imaginem só: um bando de fãs histéricos transformando um cinema em um circo. Não me surpreenderia se na próxima sessão eles aparecessem com cartazes e velas, prontos para fazer uma verdadeira peregrinação até os pés da rainha do pop. É claro, porque adorar de longe não é o suficiente, eles precisam se aproximar como se estivessem em um transe religioso.

E quando Taylor soltou sua versão estendida de “All too well”, eu não sabia se estava em um cinema ou em uma sessão de terapia em grupo. As pessoas se abraçando e balançando de um lado para o outro, como se estivessem tentando exorcizar todos os seus problemas emocionais. Parece que Taylor não é apenas uma cantora, ela é uma curandeira espiritual para esses fãs. E personal trainer também. A fileira de abraços e balanços sincronizados criaram um verdadeiro espírito de comunidade capaz de orgulhar crossfiteiros. Afinal, quem precisa de academia quando se tem um show da Taylor Swift para malhar e fazer novos amigos ao mesmo tempo?

E o ápice, claro, foi quando a música “Shake it off” começou a tocar. Foi como se um feitiço tivesse sido lançado sobre a audiência e todos os que ainda estavam sentados foram possuídos pelo espírito da dança desenfreada. A vergonha foi jogada pela janela, junto com qualquer resquício de dignidade, e eles se levantaram para sacudir seus corpos como se estivessem em uma rave.

E então, durante os créditos, enquanto a música “Long live” tocava, eles permaneceram ali, como se estivessem esperando um milagre acontecer. Como se Taylor Swift fosse descer do telão e abençoar cada um deles com sua presença divina. Eu só posso imaginar a surpresa dela quando chegar ao Brasil e perceber que seus fãs são tão fanáticos que transformam até sessões de cinema em shows ao vivo.

Então, Taylor, se prepare. Os “swifties” brasileiros estão prontos para te receber com braços abertos, corações palpitantes e uma overdose de idolatria. É melhor você ter estoque de autógrafos, porque vai precisar. E quem sabe, talvez, ao sair do Brasil, você vai levar não apenas fãs, mas também alguns devotos fervorosos. Afinal, não há limites para a devoção quando se trata do culto a uma celebridade.