Os livros favoritos de quem faz o Cinema de Buteco

No Dia Mundial do Livro, o Buteco Literário convidou a equipe do Cinema de Buteco para dizer quais livros marcaram suas vidas! Conheça:

mar morto jorge amado

Mar Morto – Jorge Amado

Escrito em 1936, por Jorge Amado, Mar Morto narra a vida, a morte, as crenças e as tragédias do povo do mar. A obra é conduzida pela história de amor de Guma e Lívia e, através do casal, traça um comovente retrato histórico da mágica relação dos moradores do litoral baiano e os mistérios do oceano de Iemanjá. Cada frase e cada construção transportam o leitor para o cais, como poucos autores são capazes de fazer.

Escolhido pelo jornal O Globo, certa vez, como um dos 5 Principais Romances de Amor da Literatura Brasileira, Mar Morto foi traduzido para diversas línguas, inclusive tendo seus direitos adquiridos pelo produtor cinematográfico Carlos Ponti, que fazia questão de adaptá-lo para que sua esposa Sophia Loren encarnasse a personagem Lívia. Infelizmente, o filme nunca foi realizado. Porém, a obra foi inspiração para diversas novelas (rádio e TV), quadrinhos e para canções de Dorival Caymmi.

Indicado de forma equivocada para alunos do ensino fundamental e médio, o livro está, infelizmente, na lista negra de quem foi adolescente nos anos 80 e 90. Mar Morto é um clássico que representa de forma eficaz as principais características do universo de Jorge Amado, tanto que foi citado, pelo próprio escritor, como sendo sua principal obra, durante um período. Como já dizia Caymmi, é doce morrer no mar. Ainda mais, no maravilhoso mar de Jorge.

Por: Carvalho de Mendonça.

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 O Perfume: A História de um Assassino – Patrick Süskind

Romance de 1985 do escritor alemão Patrick Süskind, “O Perfume – A História de um Assassino” nos convida a acompanhar os passos do miserável Jean-Baptiste Grenouille ao mesmo tempo em que ativa os nossos sentidos de modo quase sobrenatural. Ao tomar ciência de sua sensibilidade olfativa, Grenouille inicia uma peregrinação criminosa em busca da maior fragrância do mundo, esta obtida a partir da mistura da “essência” extraída de jovens virginais.

Se como obra literária “O Perfume” é excepcional, o sentimento de ser imediatamente transportando para o contexto do protagonista é inevitável, convertendo-nos em testemunhas da decadência da Paris do século XVIII. Considerado inadaptável, Tom Tykwer fez uma transposição igualmente singular para o cinema em 2006.

Por: Alex Gonçalves

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O Grande Gatsby – F. Scott Fitzgerald

Considerado por muitos o romance americano definitivo, O Grande Gatsby é o livro em que Fitzgerald melhor expressou sua genialidade como escritor e sua capacidade única de compreender o mundo em que vivia e as pessoas de sua época. Nenhuma obra traduziu a essência efêmera dos anos 20 de forma tão precisa e apetitosa, fazendo com que o leitor fique ao mesmo tempo fascinado e enojado com a época. Não podemos esquecer dos excelentes personagens, em especial o próprio Gatsby, que mantém sua esperança e otimismo inabaláveis apesar de tudo contribuir para as coisas darem errado.

Por: Lucas Victor

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Os Próprios Deuses (The God Themselves) – Isaac Asimov

Na década de 1970, mesmo estando no auge da carreira e sucesso, Isaac Asimov era criticado por nunca abordar em seus livros temas como sexualidade e tampouco alienígenas. Ele tinha suas razão para tal, mas já que tinha sido desafiado, em resposta às críticas resolveu escrever o romance “The God Themselves” (Os próprios deuses, no Brasil, na década de 1980 foi lançada uma versão com o título traduzido como ”O Despertar dos Deuses”). O livro continha sexo, alienígenas e sexo alienígena.

Para o título do livro, Asimov se inspirou na citação de Friederich Schiller: “Mit der Dummheit kämpfen Götter selbst vergebens.” (“Contra a estupidez os próprios deuses lutam em vão”), claramente uma resposta à seus críticos. O livro é dividido em três passagens, e seus títulos referenciam a citação de Friederich Schiller:
Parte I – Contra a estupidez…

Parte II – …os próprios deuses…

Parte III – …lutam em vão?

Certamente uma das passagens mais inventivas de toda a ficção científica.

Por: Leonardo Lopes Carnelos

o filho de mil homens

O Filho de Mil Homens – Valter Hugo Mãe

Este livro foi uma indicação da Isabela Lapa (do Universo dos Leitores) e eu me apaixonei de primeira por ele e entrou para minha lista de favoritos. O Filho de Mil Homens é um livro sensível que conta diversas histórias simultâneas que aborda temas como a solidão, a homossexualidade, o abandono, o preconceito e a simplicidade da vida. Entre histórias incríveis e personagens maravilhosos desta vila de pescadores, temos Crisóstomo, um pescador que aos quarenta anos ainda sonha encontrar um amor e um filho para cuidar e compartilhar todo o amor que tem guardado em si. Um dia, a vida se encarrega e apresenta a ele um garoto órfão de uma mãe anã e um pai desconhecido e uma mulher infeliz com a vida. Feliz com a sua família, Crisóstomo nos mostra que “a felicidade é o que podemos ser”.

“O Crisóstomo disse ao Camilo: todos nascemos filhos de mil pais e de mais de mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se nossos mil pais e nossas mil mães coincidissem em parte, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.”

Por: Felipe Borba

1984

1984 – George Orwell

Ficção cientifica de primeira linha. Apesar de antigo e “fantasioso”, é um livro visionário e que namora bastante com a realidade atual. Não é uma leitura com lição de moral ou para te deixar satisfeito. É feito para te tirar do lugar comum e deixar um incômodo na mente e no peito.

Por: Natália Ranhel

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As Dores do Mundo – Arthur Schopenhauer

Expõe toda a sensibilidade do filósofo através de sua visão crua e honesta da humanidade. Para o senso comum, apenas uma compilação de palavras pessimistas. Mas para os “espíritos elevados” (termo emprego pelo próprio pensador) um verdadeiro tratado da crueldade inata e das dolorosas condições naturais da vida de todos os homens.

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O Estrangeiro – Albert Camus

Precisa estar na lista de qualquer um que se diga fã da literatura. Uma das obras mais prestigiadas de todos os tempos. Além de conter a filosofia absurdista como pano de fundo, a maneira como Camus narra e descreve as situações da história são muito singulares

Por: Juliana Vannucchi

Gostou das nossas indicações? Então, fala pra gente nos comentários quais livros marcaram a sua vida e vamos trocar uma ideia neste Dia do Livro 😉