Harry Potter e o Enigma do Príncipe

As adaptações de Harry Potter para o cinema sempre geram discussões. Existem os fãs antigos (com os quais compactuo) que criticam absolutamente (e praticamente) todos os detalhes e ausência de elementos do original; e os fãs mais novos que conheceram a saga pela telona com Chris Columbus há quase 10 anos. Com essa informação em mãos, fica meio dificil (e complicado) dizer que os fãs antigos tem mais razão que os novos, que nem são tão novos assim mais…

Se ainda não conseguem ser dignos dos livros de J.K. Rowling, os últimos filmes conseguem ser superiores aos primeiros. Especialmente aqueles dirigidos por Chris Columbus, que deu uma visão extremamente infantil e fantasiosa para a saga. Tudo bem, nós entendemos que a escritora queria que fosse assim e ela mesma faz questão de dizer que os livros foram ficando mais sombrios à medida em que os anos passavam, mas Columbus exagerou demais na dose. David Yates assumiu a franquia em A Ordem de Fênix e manteve certas “tonalidades” dos diretores anteriores. O humor ainda marca presença forte em O Enigma do Principe. As cores são mais escuras, o filme te prende e você se sente incomodado por todo o clima sufocante que o diretor e o roteirista decidiram usar na adaptação.

O Enigma do Príncipe é um dos melhores (e juntamente de A Camara Secreta) é extremamente importante para a compreensão da história. Infelizmente, assim como aconteceu em todos os filmes anteriores, muita coisa foi deixada para trás. Os fãs já aceitaram que é impossível usar tudo que existe no livro em um filme (embora Peter Jackson tenha conseguido o mais próximo do que se pode chamar de sucesso com seu Senhor dos Anéis) de duração de duas horas e meia. Mas este é sempre um dos motivos de ira para os fãs. Apesar disso, o filme cumpre bem o seu papel e certamente, é o melhor da saga até que estreie o último (que será dividido em duas partes).

Destaque para a participação de Helena Bohan Carter. Ela é brilhante como uma bruxa assassina maluca. É arrepiante acompanhar os (poucos) minutos em que ela está em cena, sempre gritando provocações ou destruindo tudo ao seu redor. Alan Rickman como sempre é o melhor que existe em Harry Potter. Até mesmo que a cintura e o resto do corpinho da deliciosa Emma Watson (que já tem idade o suficiente para ser cantada sem que eu corra o risco de ser preso por pedofilia). E claro, a sequência que antecede o fim do filme. Harry e o diretor Dumbledore encarando um exército de Inferi (mortos vivos, zumbis, ou como você quiser chamar) com direito a uma clara alusão ao Gandalf de O Senhor dos Anéis. David Yates não nega as influências. Palmas para o cara.

Dou quatro caipirinhas!