O filme é de 1994, mas na época eles demoravam a chegar no país, mais ainda no interior, onde eu morava. Acredito que o assisti apenas em 1996, na minha primeira vez no cinema enquanto tinha 8 anos.
Foi em um daqueles cinema de rua, com aquela platéia reta que qualquer coisinha fica na sua frente, sabem? Mas a única coisa que consigo recordar é da lembrança emocional; tenho certeza que foi ali que começou minha paixão pelo cinema.
Até hoje me arrepio só de ouvir a abertura de O Rei Leão. Inclusive, isso está acontecendo agora, enquanto penso no filme e no que posso falar sobre ele.
Quando soube que o relançariam no cinema sabia que não podia perder a oportunidade de reviver essa experiência. E lá fui eu, achando que só teriam crianças na sala e a adulta boba. Mas a maioria das pessoas na sala eram da minha faixa etária e alguns estavam acompanhados de seus filhos, com certeza por vontade dos pais.
As luzes apagaram e começou a tocar “O Ciclo da Vida”, as lágrimas já pulavam sem parar. Eu estava um pouco frustrada pois esperava que as pessoas fossem cantar junto, mas pairava o silêncio. Ao começar “O que eu quero mais é ser rei” foram surgindo umas vozes aqui e ali. Em “Hakuna Matata” todo mundo já tinha perdido a vergonha.
Não sei o que foi melhor, conseguir reviver a emoção ou ver novos pontos que não enxergava quando crianças, como piadas para adultos. Mas uma certeza tenho: as crianças que ali estavam terão esse dia marcado na memória como o dia em que viram seus pais voltarem a ser crianças.
A coluna Histórias de Cinema é colaborativa e o espaço está aberto para os nossos leitores. Caso você tenha alguma história legal relacionada com algum filme, envie para [email protected] com o assunto “Histórias de Cinema”.
Edições antigas
#1- Batman – O Retorno, por Tullio Dias
#2- Batman Eternamente, por Lucas Paio
#3- A Época da Inocência, por Juliana Uemoto
#4- Menina de Ouro, por Juliana Uemoto
#5- 9 1/2 Semanas de Amor, por Juliana Uemoto
#6- Heliezer Soares e seus filmes, por Heliezer Soares