A Sombra e a Escuridão

Um dos primeiros filmes que ousei assistir que tinha como tema o ataque de leões assassinos na… Africa. Sempre lá. Nunca inventaram um roteiro de um leão assassino rondando Nova York ou o Rio de Janeiro. Existem exemplares do Simba em praticamente toda cidade do mundo, mas os caras insistem em fazer os filmes sempre na selva. Pelo menos esse é top of mind (provavelmente por ter sido o primeiro que vi) e ainda conta com Val Kilmer e Michael Douglas no elenco.
A Sombra e a Escuridão não vai agradar quem espera ver mais que efeitos especiais que fazem o Simba sair das animações da Disney. Para ser bem sincero, talvez apenas os amantes dos felinos vão se divertir com a história (e claro que vão achar o leão matador fofinho e tudo mais) bobinha que parece ter acontecido de verdade em algum lugar do passado. Confesso que me identifiquei com a turma que torce pelo gatinho gigante. Como é que podemos ficar contra um felino escalando uma árvore para engolir um humano branquelo que invadiu o território dele? Aliás, esse é o único momento que vale a pena no filme inteiro.
Val Kilmer interpreta um engenheiro encarregado de criar uma ponte, mas acaba descobrindo que seu trabalho será bem mais complicado do que imaginava: uma dupla de leões famintos esta atacando todos os trabalhadores por puro deleite. Algo como a disputa interna entre Gimli e Legolas no já clássico Senhor dos Anéis: As Duas Torres. Pelas minhas contas, o leão que morre por último teve um saldo superior ao outro. O problema é que, apesar de também ser um caçador, o personagem de Kilmer passa a compartilhar da paranóia local e se sente diante uma lenda da região que dizia que aqueles leões não eram comuns. Eram a Sombra e a Escuridão. Sendo “viagem” de peyote africano ou não, o fato é que Michael Douglas surge como o caçador fodão que vem (tentar) salvar a pátria.
Se você gosta de bichinhos de pelúcia e cansou de assistir ao clipe de “Island in the Sun” do Weezer, esta é a sua melhor opção para o fim de semana. Aprecie sem moderação.