Minha Vida Com Liberace

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TALVEZ OS MAIS NOVOS NUNCA TENHAM ESCUTADO FALAR, mas entre as décadas de 1950 e 1970 havia uma celebridade conhecida por Liberace. Tratava-se de um grande pianista que apreciava os excessos e todas as formas de curtir a vida.Extremamente talentoso, o instrumentista ganhou muito dinheiro e em 1976 conheceu um jovem chamado Scott Thorson, com quem veio a ter um relacionamento bastante conturbado.

Steven Soderbergh, premiado com Oscar de Melhor Diretor por Traffic: Ninguém Sai Limpo (mas que também já deu alguns deslizes, como Confissões de Uma Garota de Programa), dirigiu o telefilme da HBO, adaptação do livro escrito por Scott Thorson. O filme nos insere aos bastidores dessa relação entre duas pessoas tão diferentes que não ficavam longe uma do outra.

A ambientação do filme é capaz de nos fazer esquecer que chegamos aos anos 2010 e durante os 118 minutos de duração do filme vivemos entre os anos 70 e 80.

Para viver dois personagens tão distintos, foram escalados Michael Douglas (Wall Street: o Poder Nunca Dorme) para encarnar o talentoso músico e Matt Damon (Invictus) para interpretar o jovem que teve a oportunidade de se relacionar com Liberace. Porém, mesmo o talento já reconhecido dos dois atores não foi o suficiente para fazer com que fosse possível prever o resultado final.

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Matt Damon tornou-se o verdadeiro amante adolescente, com dúvidas sobre o seu futuro e o de sua vida sexual, enquanto Michael Douglas é capaz de apagar de nossa memória qualquer um de deus papeis anteriores. O ator simplesmente tornou-se Liberace e mostrou mais uma vez a todos que o talento está no sangue. Sendo filho de Kirk Douglas, ele não teria feito menos.

Apesar de ser pouco arriscado, o filme cumpre bem o que se propõe a fazer. Ao invés de tentar fazer algo grandioso e correr o risco de se frustrar, Soderbergh seguiu por um caminho mais seguro, mas nem por isso fácil. Conseguiu então fazer de um título com poucas expectativas se sobressair entre outras produções atuais.

Telefilmes tem se mostrado capazes de entreter tão bem quanto as produções feitas para o cinema. Enquanto que o grande número de títulos americanos destinados as telas grandes pode ter poucos motivos além dos efeitos especiais para impressionar, a TV tem gerado resultados mais satisfatórios, mesmo contando com uma estrutura mais tímida. No caso de Behind the Candelabra é válido também elogiar o grande trabalho de maquiagem feito pela equipe.

A produção recebeu 15 indicações ao Emmy 2013 e foi premiada nas categorias Melhor Direção em Minissérie, Telefilme ou Especial para Steven Soderbergh, Melhor ator em minissérie ou filme para Michael Douglas, que dedicou o prêmio ao colega de cena Matt Damon, e Melhor minissérie ou filme. No Brasil o título do filme é Minha Vida com Liberace.


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Graciela Paciência é  uma futura tradutora literária e talvez uma futura escritora que disponibiliza seus pensamentos sobre cinema no blog Que estoria é essa?.

Nota:[tresemeia]