CRITICA DE O SILENCIO

Crítica: O Silêncio (2019)

POSTER O SILENCIOO CINEMA DE BUTECO ADVERTE: A crítica de O Silêncio possui spoilers e deverá ser apreciada com moderação.

ORIGINALIDADE É UMA COISA MEIO DOIDA. Especialmente no mundo do cinema, que constantemente cria situações em que produções com temas parecidos entram em cartaz ao mesmo tempo – ou quase isso. O Silêncio (The Silence, 2019), indicação de filme disponível na Netflix, é um desses casos e infelizmente deixa muito a desejar.

Sem saber se quer ser Um Lugar Silencioso ou Bird Box, o longa-metragem comandado por John R. Leonetti (Annabelle) desliza pelas curvas sem conseguir encontrar o seu lugar. Piora no final, quando os personagens se tornam sósias dos heróis de Jogos Vorazes.

Pelo menos é preciso reconhecer que Leonetti teve boas referências para recriar o universo imaginado no roteiro. O Silêncio possui mais méritos que problemas, independente disso não transformar a narrativa em candidato a aparecer nas nossas listas de melhores filmes de 2019. É o famoso não fede e nem cheira, aquela produção que a gente só lembra porque se parece com outras obras melhores.

A trama acompanha um mundo virado ao avesso depois que umas criaturas bizarras são despertadas e começam a devorar a população do mundo. Esses morcegos esfomeados não enxergam absolutamente nada, mas são movidos pelo som. Basta um barulho para que várias criaturas surgirem e começar a espalhar terror e destruição.

Uma família (com direito a uma garotinha mais ou menos surda) começa a vagar pelos EUA buscando um local seguro. Claro que a jornada da família do patriarca vivido por Stanley Tucci (inexplicavelmente num filme desses e ainda assim eficiente) é cheia de desafios, como vencer um grupo de fanáticos religiosos interessados em roubar a adolescente para iniciar o repovoamento do mundo. Bizarro assim.

A gente sente dificuldade de se envolver e comprar a ideia. Ora por conta das semelhanças com o que já vimos anteriormente, ou por simplesmente não existir construção de personagens boa o bastante para que o espectador se importe. Fora que O Silêncio faz exatamente aquilo que Bird Box e Um Lugar Silencioso evitaram ao máximo: apresentar detalhes da ameaça presente na narrativa.

A produção da Netflix não se faz de difícil e nem quer incentivar seu público a imaginar. Tudo é mastigadinho, tudo é gráfico e fácil de entender. Pode ser legal pra uns, mas extremamente sem graça para outros.

O Silêncio é indicado para quem adora filmes de terror e fica zapeando pela Netflix sem saber o que assistir. Sem dúvidas, se você acompanhou Sandra Bullock em Bird Box ou ficou tenso com Emily Blunt em Um Lugar Silencioso, pode ser uma experiência positiva revisitar um universo familiar, mesmo que as coisas pareçam menos interessantes e sem aquela sensação de novidade. Dá para assistir sem querer arrancar os olhos.