O Telefone Preto

A Blumhouse, produtora americana conhecida pelas franquias Halloween e Atividade Paranormal, traz uma boa surpresa para o cenário do terror mainstream em 2022 com o lançamento de O Telefone Preto. O longa dirigido por Scott Derrickson (Doutor Estranho, 2016), chega aos cinemas brasileiros dia 21 de julho e traz Ethan Hawke (Cavaleiro da Lua, 2022) sequestrando adolescentes nos anos 70.


O roteiro segue Finney Shaw, interpretado por Mason Thames (Walker, 2017) um adolescente de 13 anos introvertido e que sofre bullying na escola. Ele e sua irmã Gwen, vivida por Madeleine McGraw (Homem Formiga e a Vespa, 2018), são muitos próximos e enfrentam dificuldades em casa devido ao alcoolismo do pai, papel de Jeremy Davies (A Casa Que Jack Construiu, 2018).


Um ponto alto do filme está no carisma das crianças. Finney e Gwen são personagens com os quais nos importamos desde o ínicio, não apenas por serem crianças desprotegidas, mas por possuírem instinto de sobrevivência e superação. A amizade dos irmãos proporciona momentos comoventes e fofos em tela e, mesmo quando estão separados, a conexão entre os dois continua muito forte.


Dessa forma, ao colocar crianças como protagonistas, o diretor que também é um dos roteiristas do filme juntamente com C. Robert Cargill (A Entidade, 2012), assumiu o risco de confiar nas habilidades delas para transmitir a tensão do filme. É certo que o elenco de apoio, composto pelos adultos também atua bem, o próprio Ethan Hawke, sempre competente, porém, ele passa todo tempo do filme mascarado e, as situações mais aflitivas, são lideradas pelos atores mirins.


Na cidade de Denver, Colorado, onde a família mora, alguns garotos que estudam na mesma escola dos irmãos começam a desaparecer. Finney, ao voltar para casa depois da aula, também é pego pelo sequestrador mascarado que o leva para um porão à prova de som. No local, há apenas uma cama e um telefone preto desconectado, porém, Finney começa a ouvir chamadas do aparelho desligado.


As ligações recebidas por Finney são os fantasmas dos meninos assassinados anteriormente pelo sequestrador. A princípio, Finney fica assustado com essa interação sobrenatural, mas logo começa a se comunicar melhor com os garotos mortos e usar isso para tentar escapar do cativeiro. Nesse momento, conhecemos melhor o caráter sádico do vilão e quem foram as primeiras vítimas dele.


Além disso, a atmosfera sombria, a violência e a constante ameaça de que Finney não irá escapar de seu destino terrível, aliadas ao uso contidos de jump scares, fazem com que o suspense seja eficiente. O longa foi baseado no conto de mesmo nome de Joe Hill, filho do famoso escritor Stephen King, e, os fãs de King irão perceber várias referências e inspirações do autor de It: A coisa.


O Telefone Preto não é um filme perfeito e pode não impressionar a todos, porém, quem aprecia uma combinação entre os subgêneros sobrevivência e investigação, irá sair da sessão muito satisfeito. As jornadas dos personagens e a entrega das performances conseguem prender nossa atenção. Vale a pena conferir!