Minha Irmã e Eu
Minha Irmã e Eu

Review Minha Irmã e Eu: a maior estreia em bilheteria do cinema nacional em 2023 infelizmente está longe de ser também a melhor

Se consagrando como a maior estreia de um filme brasileiro em 2023, “Minha Irmã e Eu” é estrelado pelas carismáticas e talentosas Ingrid Guimarães e Tatá Werneck. Dirigido por Susana Garcia, que trabalhou em outras relevantes comédias do cinema nacional como “Os Homens são de Marte e é pra lá que eu vou” e “Minha Mãe é uma Peça 3”, o longa conta a história das irmãs Mirian (Ingrid Guimarães) e Mirelly (Tatá Werneck) nascidas no interior de Goiás, que vivem vidas completamente diferentes. Enquanto Mirian se casou, construiu uma família e nunca saiu de sua cidade natal, Mirelly mudou-se para o Rio de Janeiro e finge viver uma vida de luxo, quando na verdade passa todo tipo de perrengue. Quando a mãe das duas, Dona Márcia (Arlete Salles), desaparece após ouvir uma discussão das filhas, elas precisam se unir para procurá-la.

Tatá Werneck e Ingrid Guimarães já se consagraram como alguns dos maiores expoentes da comédia nacional, com um currículo invejável de filmes e programas de TV. A química entre elas e o timing cômico de ambas são os pontos altos do filme, que peca tanto no roteiro quanto nos diálogos. Diálogos esses que, algumas vezes, até prejudicam o timing cômico das atrizes, trazendo aquela clássica sensação de “vergonha alheia”. O restante do elenco é, no máximo, correto em suas atuações, e o brilho fica apenas nas (muitas) participações especiais de famosos que interpretam a si mesmos, como Lázaro Ramos, Taís Araújo, Chitãozinho e Xororó e Iza.

O roteiro, que tinha potencial, acaba optando por caminhos artificiais e forçados, que prejudicam um desenvolvimento mais natural na história e, por isso, acabam atrapalhando sua carga emocional. Sim, ainda existem vários momentos que funcionam, e até emocionam, mas muitos acontecimentos e personagens são extremamente mal desenvolvidos. Além disso, há uma mudança completa no posicionamento de uma personagem sobre a questão da traição, que é jogada sobre a personagem de forma que mais parece uma decisão de roteiro do que uma decisão que ela realmente tomaria.

“Minha Irmã e Eu” consegue arrancar algumas risadas, principalmente pelo talento das suas protagonistas – e pelo humor físico de Tatá Werneck –, mas perde com tantos momentos de humor que não funcionam. Da mesma maneira, emociona às vezes, mas bem menos do que poderia, caso tivesse um roteiro que fizesse mais sentido e personagens que fossem mais coesos.