Romance
Footlose
O clássico musical “Grease” inspirou vários filmes, especialmente no ano de 1983 quando “Flashdance” entrou em cartaz. Um ano depois, foi a vez de Herbert Ross dirigir os iniciantes Kevin Bacon e Sarah Jessica Parker (baixinha) em “Footloose“. O filme recebeu o subtítulo rídiculo de “Ritmo Louco”, mas vamos ignorar o fato, ok? Aliás é comum os filmes recebem títulos bizarros quando são traduzidos. Acho que devem ser a mesma empresa que traduz as séries do SBT…
Para quem nunca assistiu, “Footloose” conta a história de um adolescente rebelde que veio da cidade grande e nunca usou uma escova de cabelos na vida. Ele chega numa cidade do interior onde a música, a dança e qualquer tipo de farra, é extremamente proibida. Lógico que as regras não se aplicam à ele, que acaba desenvolvendo um romance com a filha do pastor. No geral, é uma boa opção para se passar a tarde de sabado ou domingo. Principalmente se for em grupo! Dá para se divertir horrores com algumas cenas.
A introdução é realmente interessante. A dança dos pezinhos ao som da trilha sonora clássica (que ganhou até um plágio sem-vergonha do The Rakes) é incrível e dá muita vontade de reproduzir a cena! Mas fora essa cena em especial, as sequências de dança são no mínimo estranhas. Quando a filha do pastor resolve colocar uma fita no som do carro e todas as pessoas começam a se comportar como loucos, é quase como um ritual indigêna. Todo mundo começa a dançar freneticamente. E param subitamente quando o pai da moça se aproxima. Não deixa de ser engraçado lembrar da sequência em que Kevin Bacon, puto da vida, começa a dançar para espantar os males. Freddie Mercury deve ter adorado a “libertação” do personagem!
intro
Recomendo!
Ficha Técnica:
Footloose (1984)
Dirigido: Herbert Ross
Roteiro: Dean Pitchford
Genêro: Comédia, Musical
Elenco: Kevin Bacon , Sarah Jessica Parker
Trailer
Trailer/Clipe
Comédia
Crítica de Alguém Avisa: comédia sólida sobre sexualidade
Quando anunciaram Alguém Avisa (Happiest Season, EUA, 2020) em 2018, achei o projeto interessante por causa da questão da representatividade. Porém, não esperava muito mais do que uma divertida história de amor entre duas mulheres. Após assistir ao filme, preciso dizer que fui surpreendida.
Crítica de Alguém Avisa: comédia sólida sobre sexualidade.
Quando anunciaram Alguém Avisa (Happiest Season, EUA, 2020) em 2018, achei o projeto interessante por causa de sua representatividade. Porém, não esperava muito mais do que uma divertida história de amor entre duas mulheres. Após assistir ao filme, preciso dizer que fui surpreendida.
Abby (Kristen Stewart) e Harper (Mackenzie Davis) estão juntas há um ano. A introdução do filme serve para nos apresentar, por meio de imagens, a história do casal. Conheceram-se numa festa pouco antes do Natal e, desde então, têm um relacionamento feliz e apaixonado. Em um momento de impulsividade, Harper convida Abby – que pretende pedi-la em casamento – para passar o Natal com sua família. O problema é que os pais (Mary Steenburgen e Victor Garber) e irmãs (Alison Brie e Mary Holland) não sabem da sua sexualidade, o que obriga a namorada a voltar ao “armário” por alguns dias, até o fim da celebração.
O que o filme tem de especial?
Alguém Avisa? é uma comédia romântica de Natal, com todos os clichês e previsibilidade desse tipo de produção. Temos momentos de humor, dramas familiares, alguns personagens irritantes, outros engraçados. Nenhuma novidade para quem já viu Simplesmente Amor (2003), O Amor Não Tira Férias e/ou Uma Segunda Chance para Amar (2019). Mas não acredito que a proposta de Clea Duvall, que dirigiu e co-escreveu o filme com Holland, tenha sido inovar as comédias românticas natalinas.
O que Duvall faz em seu segundo filme como diretora é algo semelhante ao que Greg Berlanti fez em Com Amor, Simon (2018). Trata-se de um longa leve, sutil, mas que tem êxito ao abordar o tema sexualidade. É fácil se identificar com a chateação de Abby, pois a pessoa que ama ainda não dá conta de dizer à família que a ama também. Assim como é fácil compreender o medo de Harper em assumir quem realmente é, pois teve, ao lado das irmãs, uma criação rígida e competitiva, que a fez se esconder durante grande parte da vida e somente mostrar o que era esperado dela.
Julgar é fácil
Inicialmente, podemos julgar Harper e suas atitudes. Riley (Aubrey Plaza), um relacionamento passado da personagem, entra em cena para trazer à tona as questões mal resolvidas que esta tem consigo mesma. Não é vilã. Aliás, bem longe disso! Mas John (Dan Levy) está lá para nos fazer ter mais empatia. Harper tem seus defeitos, como todos nós, só que é fácil julgar de fora a vergonha dela em “sair do armário”. Nem todo mundo tem a mesma família, criação ou sofre as mesmas pressões. Cada um vive a sua realidade e age da maneira que consegue no momento. Existem pessoas que assumem a sua sexualidade na adolescência; outras já adultas; e outras que nem chegam a fazer isso. São escolhas fruto do livre-arbítrio de cada um, e cabe a nós respeitá-las. Quem vai lidar com as consequências disso são elas e não a gente.
Duvall e Holland aproveitam o tema da sexualidade para também discutir sobre família. Por mais que os indivíduos sejam, em teoria, livres para fazerem o que quiserem, o exemplo que têm dos pais faz a diferença. Criar um ser humano é algo de tamanha responsabilidade, portanto, muitas ações dos filhos são um reflexo do que foram ensinados ou do que viam em casa. Os acontecimentos do terceiro ato deixam isso em evidência para Tipper (Steenburgen) e Ted (Garber).
Veredito
Alguém Avisa? junta os ingredientes de comédias românticas, o clima de Natal e traz uma pitada leve, mas saborosa, de sexualidade. O elenco também é ótimo, especialmente Stewart (finalmente a vi em uma comédia!), Plaza (exala sexualidade por todos os lados) e Levy (o amigo gay que todo mundo ama).
https://www.youtube.com/watch?v=OX2KysLFLI0
Crítica de Alguém Avisa: comédia sólida sobre sexualidade
Críticas de filmes
Vanilla Sky (2001)

VANILLA SKY É UM DAQUELES FILMES QUE NUNCA CANSAMOS DE DISCUTIR. Dirigido por Cameron Crowe, o longa é uma adaptação norte-americana do espanhol Preso na Escuridão (Abre los Ojos, Alejandro Amenábar, 1997) e coloca Tom Cruise, Penélope Cruz, Cameron Diaz, Kurt Russell e Jason Lee numa trama misteriosa em que nada é o que realmente parece ser.
Cruise, que havia trabalhado com Crowe anos antes em Jerry Maguire, vive o protagonista David Aames. Um homem cuja vida é um verdadeiro sonho para outras pessoas: ele tem dinheiro, ele é bonito, tem várias garotas interessadas, talentoso etc, MAS não sabe ao certo como VALORIZAR o que tem ao seu alcance. Isso faz com que leve uma vida descuidada até conhecer a personagem de Penélope Cruz.
Sofia Serrano faz David Aames parar e refletir sobre o estilo de vida que está levando. Bastou apenas um único encontro para que a espanhola (que curiosamente também está no elenco do original) para tudo mudar e ele desejar se tornar uma pessoa diferente. No entanto, somos feitos de atitudes, e não de nossas vontades.
Como um teste cruel do destino, assim que deixa a casa de Sofia, após passarem uma noite em claro sem foderem como coelhos apenas conversando e se apaixonando, Aames é surpreendido por Julie Gianni (Cameron Diaz), que na noite anterior ganhou o apelido de “garota mais triste segurando um Martini”. Ela usa sua lábia para convencê-lo a entrar em seu carro. Notem como Cruise faz uma expressão maravilhosa de “por que Deus está me testando assim? Logo agora que decidi ser uma pessoa melhor?”, que só quem SABE o que é ser um cuzão com o sentimento de outras pessoas sabe o que significa.
Durante o caminho, Julie dá uma pirada básica. Se para Aames, todas as relações em sua vida eram casuais e sem importância, quase como uma carta branca para nunca precisar se preocupar com o sentimento das suas conquistas (que são apenas isso), Julie pensava totalmente diferente. “Eu engoli a sua porra”, ela diz. Para ela isso significa um comprometimento profundo, uma relação verdadeira. E claro, ser deixada para dançar sozinha com o garçom ou ficar conversando com o amigo desprezado, não é exatamente o que ela chama de relacionamento. Cameron Diaz é uma atriz maravilhosa, que a gente talvez nunca tenha valorizado do jeito certo. O que ela faz em Vanilla Sky é muito especial.
Lembrando daqueles minutos iniciais de Vanilla Sky quando Julie e David parecem “encenar” uma vida de casal bem teatral, é fácil questionar se para ela era apenas “fingimento”. Aliás, a vida toda de David é como se fosse uma encenação, não é mesmo? Até quando conhece Sofia, eles agem com aquele encantamento que causa frio na barriga e nos faz agir de forma impulsiva, engraçadinha e atenta para chamar a atenção um do outro.
Cruise cria um personagem maravilhoso mesmo quando usa a máscara. Para um ator tão acostumado a se apoiar nos sorrisos sedutores e olhares que dizem tanto, ficar sem esses recursos e conseguir surpreender é um grande mérito. Aames é um cara que TENTA mudar, tenta ser um cara do bem, viver algo legal com uma mulher, mas se dá mal ao provar o quanto a vida pode ser doce e amarga.
Ainda no elenco, nós temos Kurt Russell vivendo um psicólogo que ao mesmo tempo que pode ser tanto a própria encarnação do próprio Aames feita pelo seu inconsciente quanto a idealização de uma figura paterna compreensiva que faltou em sua vida. Qualquer que seja o caminho que você escolher interpretar, Russell dá um show com um personagem aparentemente pequeno, mas que faz grande diferença.
Cameron Crowe é um cineasta que veio do mundo da música, com experiência como jornalista musical (retratada em Quase Famosos), e casado com Nancy Wilson, da banda Heart (eles se divorciaram em 2010). Por isso, não é de surpreender que as músicas tenham papel fundamental na narrativa. Seja pela capa do cd do Bob Dylan no quarto de David que logo depois é reencenada por ele e Sofia, pelo Radiohead tocando em dois momentos especiais (“Everything is in this Right Place” no começo; “I Might Be Wrong” numa cena num bar), Joan Osborn emprestando “One of Us” para uma gritaria louca de Tom Cruise, ou o anjo Jeff Buckley sendo ouvido após o final do encontro com Sofia, somos presenteados com momentos especiais.
Gosto das brincadeiras com sonhos que Crowe faz ao longo da história. Ele é cruel na sequência da balada, desde a iluminação azulada remetendo a sonho até Tom se embebedando no meio das pessoas; depois quando ele acorda na sarjeta com Sofia e eles andam juntinhos para longe da câmera, como num sonho, e no frame seguinte, temos Cruise aprisionado caminhando para perto da câmera, como a triste realidade; enfim, temos alguns momentos assim, mas o forte são as questões colocadas.
Existem algumas teorias sobre Vanilla Sky. Você certamente tem a sua, né? Um adesivo no parabrisa do carro de David tem a data de 31 de fevereiro, o que pode (ou não) significar que nada daquilo é real. Outra ideia, que me parece interessante, é imaginar que toda a vida de David no começo da história era um sonho. Ele tem TUDO que alguém pode querer, né? E por último, podemos imaginar que, cansado de viver de aparências, o David quis viver um sonho em que ficasse feio para ver se alguém seria capaz de se apaixonar por ele.
A verdade é que NÃO existem interpretações incorretas para Vanilla Sky. A certa é aquela que fizer mais sentido para você, como espectador.
Cameron Crowe pode não ter tido uma carreira tão bem sucedida após Quase Famosos, mas é inegável que seu trabalho seguinte tenha alcançado o seu objetivo de produzir uma história que pudesse sobreviver após a experiência cinematográfica. Vanilla Sky é muito mais interessante do que parece. Quase como um verdadeiro sonho que nos faz questionar o que acreditamos ter entendido até que abrimos nossos olhos… E bem, eu gosto do que vejo.
Assista a crítica do filme Vanilla Sky na edição 223 do projeto 365 Filmes em um Ano:
Críticas de filmes
O Lagosta (2015)

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Analúcia
25 de agosto de 2008 at 16:56
Vc ficou só na vontade de reproduzir a cena do começo? Eu não. hahahaha
E mesmo vendo sozinha, foi muito divertido. E como que eu nunca tinha visto esse filme? Um absurdo.
Valeu pela dica indireta pelo orkut. :*
Dri
25 de agosto de 2008 at 17:01
Eu amooo Footlose! *_*
Mr. Thomson
25 de agosto de 2008 at 17:14
mais anos 80 que isso, só imaginar meus pais dançando isso!
KKKKKKK
2T
25 de agosto de 2008 at 17:35
auehauehauheauheuaheuae, boa