Cães de Aluguel

Inaugurando esse especial Quentin Tarantino, eu – o novato – fui escolhido para abrir as festividades com o primeiro filme do diretor/ator/roterista. O filme, que não por menos já traz o estilo ‘sanguinário’ que vem alocado na imagem de Quentin, é a mistura mais previsível que o cinema pode assistir naquele ano de 92, porém a abertura de portas a um estilo que estava morrendo e agora tem um novo sangue, muito sangue..

A sacada do filme é entender quem é o traidor, que no meio do grupo, delatou o assalto que eles praticaram para a polícia. Apesar do roubo ter sido bem sucedido, a polícia estava preparada contra eles e seguem em perseguição contra os bandidos – que são chamados por cores em inglês e alguns tem seus reais nomes divulgados durante a trama – até que alguns deles vão chegando aos poucos num ponto de encontro: um galpão onde dois terços do filme acontece. Cada ladrão tem uma personalidade diferente e todos são suspeitos aos olhos de todos, o que é a única unanimidade entre o grupo. A situação se torna insustentável.

Alguns erros de edição (como por volta dos 20 minutos do filme, durante o roubo de um carro para fuga, o ladrão larga a maleta na rua e em nenhum momento pega a mala, dando a entender que ele largou lá, o que não ocorreu), falas repetitivas e monótonas, mesmos planos de filmagem e momentos bastante previsíveis contrastam com exuberantes atuações, muito estilo gangster e estilo inconfundível de fazer uma cena tensa se tornar uma grande cachoeira sanguinária.

É um início de carreira ambicioso e inteligente. Mas com um previsível final e enquadramentos repetitivos, aliados ao cenário imóvel e com movimentos de câmera pouco inspirados, evocam um diretor ainda iniciante e inexperiente, mas com grandes idéias e um futuro deveras promissor.

Trailer: