Distrito 9


De Neill Blomkamp, com Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt, Sylvaine Strike, John Sumner, de 2009 .

Produzido por Peter Jackson, com a direção e roteiro do estreante Neill Blomkamp, Distrito 9 vendeu, por seu trailer, uma Terra co-habitada por humanos e extraterrestres, em guerra, e aterrorizada. Em partes, é exatamente isso que o filme mostra. Mas o trailer omitiu e deixou como surpresa o melhor do filme: a relação entre terráqueos e “camarões”, como são chamados.

Depois de estacionar em Johannesburg, África do Sul, os “camarões” são alocados no Distrito 9, que em pouco tempo se torna uma favela. A precariedade do local e as péssimas condições deixam o lugar, em teoria, “inabitável” – além da violência e do mercado negro de comida para gato, alimento bastante estimado por eles. Em forma de documentário, nos é passada a indignação do povo, que reclama dos gastos do governo, da situação da cidade e do distrito 9 em si, como se fossem a “praga” a ser exterminada. E é aí que entra a MNU, instituição que cuida da organização e realocação dos “camarões”. Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley) fica encarregado de liderar a operação.

O que mais me surpreendeu nesse filme foram os paradoxos bizarros. Falar dos direitos humanos dos extraterrestres, ou realocarem-os para seu próprio bem são alguns exemplos. A referência ao apartheid é gritante. A simpatia que, ao longo do filme, vamos conquistando por eles, e até torcendo contra os humanos é algo bizarro. E os direitos humanos? Fiquei realmente triste – a ponto de quase chorar em algumas cenas – e angustiada em outras. O 2T comentou da referência do clássico 1984 de George Orwell em Os Substitutos, e eu assisti o filme com isso no subconsciente. Não é que a referência (que pode ser algo da minha criação) apareceu? Mas não dá para comentar sem contar algo do filme, e isso definitivamente não irei fazer. No fim, fica aquele gostinho de quero mais, “a la” X-Men, aquela certeza de termos, ano que vem quem sabe, uma continuação. De qualquer maneira, não reclamaria se ficasse como está: intrigante e perturbador.

E fica a dúvida: quem é o mocinho e quem é o bandido? Destaque para as cenas de ação! Recomendo demais!

Trailer: