De Wes Anderson. Com Gene Hackman, Anjelica Huston, Luke Wilson, Ben Stiller, Gwyneth Paltrow, Owen Wilson, Danny Glover, Bill Murray
O que chama a atenção é que a história desta família é contada na forma de uma biografia de Rowan, com prefácio, capítulos e um belo epílogo. Sempre de forma dinâmica, utilizando enquadramentos que compõem planos bonitos, ao mesmo tempo em que os travelings, panorâmicas em câmera lenta (marca registrada do diretor, embora neste caso, sem excessos), e a ótima trilha sonora ao fundo, retratam a forma de ver o mundo daqueles personagens.
As atuações são sensacionais, e beiram porque não dizer o non-sense: não há pessoa tão picareta e cara de pau quanto o Rowan de Gene Hackman; não há filho tão metódico quanto o … de Ben Stiller; não há pessoa tão desligada das emoções (a ponto de nem sentir quando um de seus dedos é decepado – cena engraçadíssima) quanto a Margot de Gwineth, e vê-la num papel tão diferente dos que costuma fazer não deixa de ser sensacional. Talvez o personagem mais real seja mesmo o de Luke Wilson: seu … vai crescendo à medida que a história se desenrola, e quando nos damos conta, sua humanidade, sua capacidade de amar, de não ser capaz de viver com uma dor sem fim, toma conta do filme de uma maneira irreversível (há uma cena belíssima no filme, não conto do que se trata para não estragar a surpresa, mas percebam além da ótima atuação de Wilson, a inteligência do diretor que filma tudo com uma câmera diferente, simulando o modo de ver de um daltônico). O restante do elenco faz o que pode com seus personagens que embora pequenos, tem momentos relevantes na trama (Angelica Huston como a mãe tenembaum nunca tem o espaço que merece, mas duas cenas se destacam: a cena em que é comunicada por Rowan sobre seu curto período de vida e a cena em que se decepciona com ele novamente – “Adeus Rowan”. Acho que nunca vi um Adeus tão triste na vida).
Redenção e tristeza. Segundas chances. A idéia de pertencer a uma família, a um grupo ao qual já não se adapta de fato. Do que são feitas as ligações familiares? Elas são indestrutíveis apesar das atitudes de cada um? Elas podem se reconstruir? É sobre isto que nos fala Os Excêntricos Tenenbaums, de uma forma leve, bonita, bem humorada e inteligente. E é sempre bom ver filmes assim não é mesmo?