critica Tomorrow i Will Date Yesterdays You

Crítica: Tomorrow I Will Date Yesterday’s You (2016)

poster Tomorrow i Will Date Yesterdays YouTIVE UM CERTO PRECONCEITO E PREGUIÇA DE ASSISTIR TOMORROW I WILL DATE YESTERDAY’S YOU, produção japonesa lançada no final do ano passado. Mas a curiosidade sempre vence a razão – assim como a necessidade de garantir para meus leitores a melhor lista de filmes de romance possível no final do ano – e descobri uma fantástica história de amor daquelas que você fica completamente envolvido.

Por coincidência, assisti Tomorrow I Will Date Yesterday’s You no mesmo dia em que devorei Tudo e Todas as Coisas. Não por acaso, escrevi os dois reviews no mesmo dia. Parecia um ano meio sem opções no gênero romance, mas agora tenho dois exemplares de arte para provar que não é bem assim.

O longa-metragem apresenta a história de um rapaz tímido que toma a coragem de falar com uma garota no metrô. Aparentemente nosso protagonista se apaixonou à primeira vista. Se fosse em Belo Horizonte, nem o Jon Snow teria missão fácil para tentar conversar com uma garota no metrô. Filmes de romance não incluem ladrões malucos ou gente babaca que se aproveita de quem tem educação ou se permite viver o inesperado. Devaneios a parte, Takatoshi vence a timidez e começa um longo papo com Emi, que promete encontrá-lo no dia seguinte.

A partir desse ponto, preciso soltar um alerta de que a crítica de Tomorrow I Will Date Yesterday’s You vai trabalhar com spoilers pesados.

A grande sacada do filme é trabalhar com o conceito de viagem no tempo com uma abordagem diferente do convencional. Como a maioria dos exemplares desse subgênero, o roteiro deixa o Sherlock Holmes dentro de nós confusos sem entender exatamente a mecânica de tudo. Ao invés de prestar atenção na delicadeza do roteiro, fiquei tentando entender como diabos seria possível o casal viver uma linha temporal distinta e como isso faria sentido afinal.

É óbvio que quando os créditos finais começaram a rolar e eu ainda estava sem entender porra nenhuma daquilo, mas tocado pela metáfora de amores impossíveis apresentada na narrativa. Quantas vezes não vivemos romances que parecem perfeitos e destinados a durar a vida inteira, mas acabam com a mesma intensidade que começaram.

Em uma das continuações de Matrix, a personagem interpretada por Monica Bellucci diz algo sobre a relação de Neo e Trinity: “Algo tão bom, não foi feito para durar”. É como se existissem pessoas com a única função de nos fazer sentir o gosto do paraíso e tirar logo depois, como um tipo de castigo divino ou penitência de um Karma em vidas passadas. O casal Emi e Takatoshi vive exatamente esse tipo de relação. Ambos se completam em algo que poderia durar até o fim de suas respectivas vidas, mas são fadados a manter um amor separados. Meio cruel.

De qualquer forma, gostei tanto desse roteiro que comecei a escrever um conto inspirado nele. Um dia, quem sabe, fica pronto e, talvez, eu compartilhe – dependendo do quanto tiver bebido no dia ou do meu humor ou se tiver levado um pé na bunda.