Pânico 3

Parece que é a tal da maldição do segundo filme atacando mais uma vez. Pânico conseguiu transformar o terror na menina dos olhos dos estúdios de cinema norte-americanos. Investir em adolescentes peitudas e que emulam as vítimas dos anos 80 (Neve Campbell é a Jamie Lee Curtis de nossa geração) era rentável novamente e para ser um sucesso, bastava misturar humor negro nerd, sexo e muito sangue no meio de um roteiro que tenta ser misterioso. O filme de 1996 conseguiu bater recordes e criou frases marcantes na história do cinema. Não era de se surpreender com o anúncio de uma sequência no ano seguinte. Pânico 2 não conseguiu chegar nem perto do nível do original e parecia que havia estragado uma franquia que prometia muitos dolares para os cofres do diretor Wes Craven. Parecia.

No ano de 2000 a terceira parte chegava aos cinemas e deixava claro que dessa vez, ninguém estava livre. Todos poderiam morrer, já que a terceira parte é justamente sobre não deixar pedra sobre pedra e excluir todas as regras pré-estabelecidas. Sidney Prescott poderia finalmente conhecer a morte nas mãos do amado Ghostface? As perguntas estavam jogadas e logo na introdução (sempre um ponto alto dos filmes da série e isso deixa uma grande expectativa para o próximo episódio) um dos personagens principais do filme anterior morre.

Contando com o retorno de todos os atores dos filmes anteriores e mais as participações de Jenny McCarthy, Emily Mortimer e Patrick Dempsey, esse é o único filme da trilogia que não foi escrito pelo roteirista Kevin Williamson, que acabou substituído por Ehren Krueger (que mais tarde escreveria os roteiros das versões norte-americanas de Ringu). A direção, mais uma vez, ficou na mãos do mestre Wes Craven. Pânico 3 retoma um pouco da história da mãe de Sidney, enquanto novos assassinatos começam a acontecer. Assim como nos filmes anteriores, o grande barato do filme é assistir em turma e tentar descobrir quem é o assassino.

Prestem atenção para a breve participação de Jason Mewes e de Kevin Smith, interpretando a dupla mais escrachada do cinema: Jay e Silent Bob em uma passagem pelas locações dos estúdios que filmam o filme dentro do filme. Uma boa dose de humor, que acabou rendendo críticas ao filme. Pessoalmente, não vejo com maus olhos a adição de um pouco de comédia na trama, afinal Pânico é sobre adolescentes e ignorar o humor natural dessa fase da vida, seria um grande equívoco.