Filme: Irmãs

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Tina Fey e Amy Poehler são umas das comediantes mais talentosas do cinema na minha opinião. Por quê? Porque elas são criativas, possuem uma excelente química e conseguem tornar qualquer filme uma delícia; e o Globo de Ouro. É isso que elas fazem em Irmãs (Sisters, EUA, 2015), um filme simples, mas que nos faz rir o tempo todo, cumprindo o seu objetivo.

Basicamente, temos a história de duas irmãs apegadas à família e à casa onde cresceram e que não aceitam a venda da mesma pelos seus pais (Dianne West e James Brolin). Maura (Poehler) é uma enfermeira bem-sucedida, enquanto Kate (Fey) é uma mãe e manicure desempregada que não tem onde morar. Por outro lado, as coisas eram contrárias na adolescência e Kate era a mais popular e destaque das festas. Não deu em outra: as irmãs Ellis decidem fazer uma despedida convidando os colegas de turma, agora todos na casa dos 40 anos, e lembranças não vão faltar.

Obviamente, a ideia acaba virando uma grande bagunça – estilo Projeto X – e o clímax resulta em problema atrás de problema, antes que tudo dê certo no final, é óbvio. O relacionamento com o pai e a mãe chega até a ser bem desenvolvido, mas o da filha de Kate ficou bem meia boca e a mensagem que fica sobre o “sentimento de ter um lar” não teve muita força em função do forte humor presente no enredo. Porém, não vou criticar esses detalhes tanto porque o objetivo do longa, a meu ver, era nos fazer rir. E como eu ri!

Fey e Poehler como irmãs não podiam ter ficado mais naturais na tela, uma vez que as duas trabalham juntas há anos e possuem uma química bastante convincente. Mas devo dizer que as partes em que mais me diverti foram as individuais de cada uma. Com suas respectivas qualidades e defeitos, as personagens cativam o público com as personalidades apresentadas, ainda mais quando vemos que elas tentam interpretar pessoas diferentes na festa: Maura quer beber e transar com um cara, no caso o charmoso vizinho do bairro, enquanto Kate tem que ser a certinha de noite e tomar conta de tudo para evitar um desastre. Ver o inverso acontecer é muito divertido, assim como a difícil adaptação de ambas nos novos papéis.

O roteiro é cheio de piadas, referências e papéis secundários que contribuem para o sucesso da comédia, como a devagar e blasé manicure coreana e o colega de turma inconveniente que usa drogas e perde o controle total de si mesmo. O carisma dos pais é outro ponto positivo, especialmente nos momentos íntimos que eles têm juntos ou na cena de abertura no Skype.

Eu esperava uma coisa de Irmãs e nada mais: dar gargalhadas constantemente. Para mim, o filme funcionou perfeitamente e a dupla Poehler/Fey acrescentou mais um trabalho de alta qualidade em seu currículo.